Se informar é o melhor jeito de evoluir. Vem com a gente conhecer alguns livros sobre a comunidade e aproveite essas leituras emocionantes!
O Pride Month é só em junho mas o orgulho, a força e o talento duram o ano inteiro. Conheça aqui alguns títulos que trazem histórias e personagens queer para todos os gostos, passando desde clássicos da literatura até leituras mais leves, autobiográficas e histórias em quadrinho. Então, se ficou interessado, se liga nessa lista com algumas indicações MARAVILHOSAS!
1. O quarto de Giovanni – James Baldwin
Narrada em primeira pessoa, a história acompanha David, um jovem americano que viaja para França à espera de sua namorada, Hella, que está na Espanha aguardando uma resposta para seu pedido de casamento; e Giovanni, um garçom francês com quem o personagem desenvolve uma profunda relação ao longo do livro.
O autor discorre na obra a complexidade de amores interrompidos por preconceitos impostos pela sociedade e a dificuldade de se viver um romance homossexual dentro de uma sociedade lgbtfóbica e violenta.
James Baldwin (1924 – 1987) é um autor Americano, negro, homossexual e militante que conseguiu fazer história na literatura americana com o título. Na obra, suas experiências de vida permeiam a história de David e Giovanni tornando o livro um tanto quanto autobiográfico.
2. Os Sete Maridos de Evelyn Hugo – Taylor Jenkins Reid
Em “Os Sete Maridos de Evelyn Hugo”, a autora narra a história de Evelyn, uma famosa atriz que já no fim de sua carreira decide contar todas as suas memórias de vida (sem guardar nenhum detalhe) para uma jornalista, que não tem ideia de por quê foi escolhida.
Ambientado na antiga Hollywood e todo seu esplendor cinematográfico, a obra acompanha a ascensão da estrela desde sua infância em um bairro pobre, passando pelos seus primeiros papéis como atriz e até vencer um Oscar.
Com uma escrita dinâmica e emocionante, o livro é daqueles que você lê em uma sentada só, perdendo fôlego e segurando as lágrimas. É impossível não se intrigar com a vida e as experiências da protagonista.
3. Dois Garotos se Beijando – David Levithan
Este livro conta quatro histórias diferentes narradas simultaneamente. Acompanhamos Peter e Neil, um casal junto há 1 ano que está com medo de experimentar coisas novas; Cooper, um jovem que passa suas noites em salas de bate-papo online com homens adultos; Avery e Ryan, que se conhecem num baile de escola e despertam o interesse um do outro; e por fim Harry e Craig, ex namorados que se juntam para bater o recorde de beijo mais longo do mundo (com duração de 32 horas).
A grande sacada de “Dois Garotos se Beijando” é sua narração: com um formato de narrador-observador, a voz que conta as histórias e as comenta ao longo da narrativa é a de uma geração passada de homens gays, que morreram na epidemia de AIDS dos Estados Unidos, em 1980, trazendo pontos de vista extremamente emocionantes e necessários para a história.
“(…) A liberdade não é só uma questão de votar e casar e beijar na rua, embora todas essas coisas sejam importantes. A liberdade também é uma questão do que você vai se permitir fazer(…)”, com essa frase o autor sintetiza a dualidade da narração x narrativa. Apesar de viverem um presente com uma sociedade muito mais aberta e livre, os garotos da história ainda vivenciam muitos dos mesmos preconceitos sofridos pelos narradores da década de 80.
4. Stella Manhattan – Silviano Santiago
Ambientada em Nova York, a obra mostra um grupo de brasileiros exilados que planeja um golpe contra o adido militar sediado no consulado brasileiro, ligado ao golpe de 64. A narrativa ficcional acompanha Eduardo Costa e Silva, que mais tarde se descobre como Stella Manhattan.
Considerado o primeiro romance gay da literatura brasileira, Silviano Santiago fez história ao narrar a vida de uma travesti como protagonista de um romance, articulando uma história entre aparência e realidade, opressão e liberdade e criando um ótimo retrato da literatura pós-golpe.
5. A Canção de Aquiles – Madeline Miller
O livro traz uma “releitura da Ilíada” feita por Madeline Miller, porém do ponto de vista de um personagem que na obra original foi deixado de lado. Patroclus é um jovem que após ser exilado, vai morar sob o teto do rei Peleu para entrar em seu exército, porém acaba conhecendo Aquiles, o príncipe, com quem desenvolve uma relação profunda.
Na Ilíada original, Patroclus é descrito por Aquiles como “uma amada companhia”. Muitos gregos acreditavam que os dois realmente foram amantes e possuíam uma relação complexa e extensa, mas como muitos outros casais homossexuais da história, seu relacionamento foi apagado. (“oh, they were just very good friends!”)
Usando essa premissa, a escritora conta sua versão da clássica odisseia grega numa narrativa permeada de poesia e beleza, com passagens de arrancar o fôlego e rolar lágrimas.
6. Variações Enigma – André Aciman
Do aclamado autor de ‘Me Chame Pelo Seu Nome’, ‘Variações Enigma’ acompanha a trajetória do italiano Paul e todas as suas paixões e relacionamentos ao longo de sua vida.
Com a mesma escrita sensual, apaixonante, profunda e rica de ‘Me Chame Pelo Seu Nome’, André Aciman retrata em sua obra a fluidez da sexualidade humana e a amplitude de seu espectro. Nas palavras do próprio autor, “O tema medíocre, você poderia dizer, é a sexualidade humana. O que poderia ser mais estúpido do que a sexualidade humana?
E, no entanto, olhe só, ela domina toda a nossa vida, ela basicamente nos marca e nos faz fazer todo tipo de coisa. É um impulso humano, que nós aceitamos e toleramos, e jogamos segundo as suas regras. Mas, ao mesmo tempo, não é exatamente o aspecto mais lisonjeador da nossa humanidade. Talvez seja, não sei”.
7. Eu, Travesti – Luísa Marilac e Nana Queiroz
Assumida travesti à sua família aos 17 anos de idade, Luísa Marilac é sinônimo de força e resistência – aos dezesseis levou sete facadas nas costas, ficou em coma e perdeu um pulmão devido a um ataque homofóbico “foi a minha primeira experiência com a morte. Ali, eu achei que iria morrer. eu já tinha sofrido muitas outras violências, mas nada comparado a essa, em que pessoas queriam me ver morta”, recorda Luísa.
O livro traz a biografia de Marilac escrita pela jornalista Nana Queiroz, com uma história extremamente forte e dura de se ler mesclada com uma bela mensagem de positividade, aceitação e liberdade.
Pele de Homem – Hubert e Zanzim
O famoso quadrinista francês, Zanzim, se junta com o escritor Hubert para criar uma história um tanto quanto inovadora em “Pele de Homem”. Bianca é uma jovem italiana que chegou na idade de se casar, e de fato está prestes a fazê-lo – seus pais já lhe encontraram um noivo, o jovem, rico e simpático Giovanni. Porém Bianca não consegue deixar de se frustrar por estar se casando com alguém que mal conhece.
É então que a dupla de autores introduz o segredo guardado pela família da garota por gerações, uma “pele de homem”. Bianca veste tal pele e se transforma em Lorenzo, um jovem belo e elegante, e passa a desfrutar de todos os benefícios de ser homem na época.
Ambientado na Itália renascentista, esta HQ conquistou o prêmio Fauve de Lycéens em 2021 e diversos outros importantes prêmios franceses e mundiais. Com uma história cativante e extremamente interessante, a obra explora os limites sociais impostos às mulheres, a sexualidade, a curiosidade e o amor.
Como dissemos, o Mês do Orgulho LGBTQIA+ acontece só em junho, mas sempre temos motivos para celebrar e procurar força em artistas que fazem parte desse grupo tão marginalizado.
Na editoria de Cultura traremos muitas resenhas, matérias pautadas em grupos históricamente excluídos e tantos outros motivos pra celebrar a arte que há por aí. E que comece a frenezia!