No dia 22 de março de 1895, em uma câmara escura em Paris, os irmãos Auguste e Louis Lumière apresentaram ao mundo o primeiro filme já feito. A produção era simplória e mostrava apenas os trabalhadores saindo da fábrica da família Lumière em Lyon, na França. Mas foi a partir da obra dos irmãos Lumière, apresentada naquele eterno dia 22, que se iniciou um bem sucedido relacionamento de 126 anos entre o cinema e o homem.
Dos primeiros truques de ilusionismo nas telas apresentados nos curtas de Georges Méliès aos efeitos especiais computadorizados dos longas de (impressionantes) mais de três horas feitos pelos grandes estúdios da atualidade, o cinema mantém-se firme nos seus propósitos de comover, encantar, registrar e retratar a sociedade.
Nunca saímos como entramos após uma sessão de filmes – há sempre dentro de nós alguma mudança. E essa é a magia do cinema: despertar uma onda de sentimentos distintos, nos transportar para dentro da história e nos fazer imaginar aquele universo. Rimos, gritamos, choramos, sentimos medo, angústia, felicidade… Mesmo que fantasiosa, a narrativa sempre tem o objetivo de refletir a complexidade humana de um jeito único: trazendo em um só elemento o som, a imagem, a dança, e a dramaturgia. Como já dizia Ricciotto Canudo, crítico e teórico de audiovisual italiano, “o cinema é a sétima arte, pois traz consigo todas as outras”. É por isso que amamos tanto ver um bom filme. Nada é tão arrebatador, nada mexe tanto com nossos sentidos.
Porém, para além de nos fazer sentir, nesses 126 anos o cinema provou ter outro propósito: o de espelhar o homem e a sociedade, reinventando-se conforme a própria humanidade mudava. A sétima arte conectou-se com o mundo moderno e suas questões de forma que nenhuma outra arte conseguiu. Cabe ao cinema, portanto, a tarefa de retratar (de forma fantasiosa ou realista) todos esses anos de história, e de se reinventar e trazer novas perspectivas sejam elas em questões de narrativas ou tecnologia para as telas.
E é por essa razão que, respeitando a essência do cinema de nos fazer sentir – e principalmente pensar sobre nosso próprio mundo – que a editoria de Cinema & TV da Frenezi vem trazer não só indicações de bons blockbusters para se divertir, mas críticas e reflexões sobre nosso próprio sistema como sociedade que se reflete nas histórias que vemos nas telas, sejam elas contemporâneas ou antigas. Afinal, o homem muda e o cinema o acompanha. Por isso, desliguem os celulares (a não ser que seja para acessar a Frenezi) e peguem a pipoca porque a frenezia vai começar.
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