Passa pelo imaginário comum que nostalgia significa sentir saudade de algo, um determinado tempo, estado, uma forma de existência que se deixou de ter; desejo de voltar ao passado.
Conforme vai se dando o passar do tempo podemos analisar que as gerações atuais têm cada vez mais o desejo de reviver momentos de tempos passados, momentos que, às vezes, a própria geração não viveu. Usamos celulares com câmeras de alta definição e fotografamos com câmeras analógicas, surrupiamos roupas vintage dos guarda roupas de nossos pais, e temos até mesmo estilos sonoros característicos de outro tempo presentes na música de hoje. Uma nostalgia cíclica que se apropria de uma época que não vivemos mas que crescemos ouvindo e que hoje consideramos algo “descolado”.
A moda, a música e a cultura são exemplos de seguimentos que vivem constantemente cultuando esse sentimento nostálgico, mas existe um seguimento que não só preserva, mas congela perfeitamente o tempo, o estado atual, os momentos, sentimentos e opiniões: a fotografia.

Em A Fotografia e a Pequena História de Walter Benjamin (1995), o historiador e doutor em comunicação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Mauricio Lissovsky delineia que “o que é congelado é o espaço e não o tempo: ele ali continua latejando, pulsando e produzindo experiências”. Ou seja, assim que um obturador é disparado tudo naquele exato segundo é congelado em forma de imagem que marca aquele momento na história.

Sob essa ótica acredito que hoje os celulares também têm responsabilidade de não só fotografar, mas também de registrar os momentos que vivemos. A fotografia analógica tem certo charme, a parte não tão charmosa é o preço dos filmes que pode chegar até R$461,11 e o trabalho de revela-los que pode levar até 1 semana.
Pensando nisso, tive a ideia de compartilhar meus segredos para a foto analógica perfeita usando apenas seu próprio celular e alguns aplicativos. Em minha editoria, pretendo não só traçar uma narrativa interessante sobre fotografia, mas também trazer um pouco de conhecimento e dicas para a comunidade da revista. E que comece a frenezia!