Todos sabemos que uma ótima trilha sonora pode mexer com o público e fazer toda a diferença. E em filmes de suspense e terror, música é o que não pode faltar.
Quando bem feita, ela pode se tornar tão marcante que mesmo após décadas, ainda a associamos automaticamente a situações de perigo e medo. Um exemplo disso é a do filme Tubarão (1975), composta por John Williams. Sua icônica trilha é referência até hoje, instantaneamente reconhecível e sem ela, a cena perderia todo seu impacto. Confira a diferença:
O que torna uma trilha sonora assustadora?
Vários elementos contribuem para causar o sentimento de medo, desde os instrumentos utilizados até o timing do filme. Entretanto, existem certas músicas, acordes e técnicas que são comumente usadas e adaptadas em filmes de terror.
Alguns dos casos mais comuns são sons não lineares, que desencadeiam o medo de ser perseguido por predadores; o trítono, também conhecido como “Som do Diabo”, é o intervalo de três tons inteiros entre duas notas, que gera um som dissonante e resulta na sensação de tensão; instrumentos intensos como violinos, pianos e waterphones; vozes e gritos. Um dos casos mais memoráveis é o da música Dies Irae.
A música é um hino em latim do século XIII sobre o Juízo Final, tocada em Missas Réquiem, homenagem aos mortos. Com uma variedade de versões, que incluem até Mozart e Giuseppi Verdi, esteve sempre relacionada à morte. Assim, muitos compositores a utilizam com essa função.
Ela pode ser encontrada em centenas de filmes de todos os tipos e épocas, porém nos filmes de terror o impacto é totalmente diferente. Laranja Mecânica (1971), Alien (1979), O Iluminado (1980), Sexta-Feira 13 (1985, 1986 e 1988) e Rua do Medo: 1994 e 1666 (2021) são apenas alguns exemplos famosos do uso nesse gênero de filme. Uma vez que você identifica a música, é possível reconhecê-la em todo lugar.
Além disso, como visto anteriormente, a música de um filme é o que move o público e intensifica e aprimora a experiência do espectador. O terror é sobre emoção crua e visceral, tem como foco os medos humanos primordiais ou atuais.
Muitos outros filmes de terror têm trilhas marcantes, sejam eles Halloween (1978), filme de sustos, com uma música agitada, que lembra batimentos cardíacos e te faz ficar cada vez mais nervoso; o terror psicológico Corra (2017) com um coral em suaíli, onde você não consegue entender o que é dito, o que deixa espaço para imaginação; ou o alto som dos violinos estridentes de Psicose (1960) incomodam e deixam o telespectador tenso com o que está por vir.
A música se sincroniza com as facadas da cena e o que a faz ficar ainda mais envolvente e assustadora. O compositor Bernard Herrmann fez uma trilha sonora única – só de escutá-la é possível reviver a cena e trazer todos esses sentimentos à tona. Logo, todos realizam a sua proposta: o medo.