Uma das tendências mais em alta no mercado de beleza, no momento, são as gomas para cabelo, que consistem em balas comestíveis compostas de vitaminas que auxiliam no crescimento e fortalecimento dos fios. Esse novo formato de vitaminas se tornou tão popular que passou a ser produzido para diferentes áreas do organismo, como pele e unhas. Esses produtos atingiram o auge de sua popularidade durante a pandemia da Covid-19, que tem como uma de suas sequelas a queda de cabelo. Além disso, este também foi um período protagonizado pelo estresse, o que pode agravar à perda de fios.

Google Trends

Imagem: Cortesia
Um dos maiores questionamentos que circulam na web a respeito dessas gummies é “mas elas realmente funcionam?“. Existem aquelas que defendam o hábito de consumo dessas vitaminas, enquanto há aqueles que alegam não haver nenhum efeito. A dermatologista Dra. Isabela Bastos explica que, apesar de que não existirem muitos estudos sobre o assunto, a evidência na melhora da queda de cabelo ou qualidade dos fios só é um consenso quando há de fato uma deficiência de determinada vitamina ou proteína. Entretanto, essa deficiência pode ser suplementada através de dietas específicas ou do uso de vitaminas em cápsulas.
A divulgação das gomas nas redes sociais pode ser apontada como outro motivo pela sua notoriedade. Desde as macroinfluenciadoras até as microinfluenciadoras são alvos de diversas marcas responsáveis pela produção dos produtos, que na maioria das vezes, falham em comunicar ao seu público a necessidade de um acompanhamento médico junto com o consumo das vitaminas. Dra. Isabela Bastos explica que, “o ideal é ter acompanhamento médico no uso porque o médico vai saber o que é necessário suplementar em cada caso para ter um efeito real na qualidade/queda de cabelo, diferente do uso livre que pode ter efeitos colaterais ou ser só tempo e dinheiro jogado fora“.
Muitas vezes, o uso independente do produto pode ocasionar em resultados negativos ou até mesmo em resultado nenhum. Conversamos com uma consumidora que, devido à presença de fios finos e quebradiços, iniciou o tratamento com as gomas capilares – sem acompanhamento médico e sem o uso de outros métodos para saúde capilar. A cliente conta que após 3 meses de uso, sentiu um declínio em sua saúde capilar e até mesmo a queda dos fios. A Dra. Isabela Bastos justifica que, apesar de não haverem contraindicações formais sobre o uso do produto, ele só apresenta o efeito desejado em quem tem a deficiência de alguma das vitaminas presentes nela e se a pessoa consumir determinadas vitaminas em excesso ela pode ser surpreendida com efeitos negativos. Por exemplo, excesso de vitamina A pode aumentar ou piorar a queda de cabelo, por isso é de extremo interesse do consumidor que consulte um médico para ter os efeitos que deseja.
Como visto no caso acima, a negligência das influenciadoras em enfatizarem a indispensabilidade de alguém profissionalizado, para monitorar e indicar o uso das gomas – se houver necessidade -, pode causar prejuízos aos usuários. A consumidora citada acima afirma que sua escolha foi feita com embasamento total nas publicações de divulgações do produto. Sem a indicação médica e sem o conhecimento necessário, diversas seguidoras de quem indica tais produtos os escolhem exclusivamente através de publicidades nas redes sociais.

Imagem: Reprodução Instagram
NOTA: O intuito desta reportagem não é atacar, ou acusar de negligência, nenhuma influenciadora específica.
Entretanto, ainda é possível obter resultados positivos quando o uso é feito da maneira devida. A consumidora Eduarda Ducatti conta à Frenezi que iniciou seu tratamento após uma intensa queda de cabelo seguida da contaminação do vírus da Covid-19. Eduarda compartilha que o consumo das vitaminas em goma foi recomendação de seu ginecologista, junto com a utilização de vitaminas em cápsulas. “Tenho notado muita diferença, meu cabelo já não cai tanto e com a mesma frequência, o volume tem aumentado e também ficou mais saudável em termos de saúde capilar mesmo. Comecei a perceber essas mudanças com 3 meses de uso, que foi a exata quantidade de meses que o meu médico disse que começaria a fazer efeito. Não tive nenhum efeito colateral e continuo usando o produto e indicando pra várias pessoas.”, expressa.
O acompanhamento médico também é essencial para saber qual vitamina tomar, pois apesar da composição básica dessas vitaminas serem muito semelhantes, algumas das proteínas e vitaminas presentes se encontram em concentrações diferentes, e algumas gomas têm mais vitaminas que outras, explica Dra. Isabela. Além disso, há marcas cujo gomas contém açúcar, o que aumenta o número de calorias e pode trazer um resultado indesejado. Uma representante da Luminus – marca que está no mercado de vitaminas há 6 anos – nos conta que “não economizamos esforços em pesquisas para que a fórmula realmente proporcione resultados visíveis com as quantidades perfeitas de cada componente“. Além disso, a fórmula vegana de suas gomas não atuam em níveis hormonais, apenas nos folículos capilares já existentes, e indica na embalagem a posologia correta e um acompanhamento médico, garantindo o uso adequado do produto.

Imagem: Cortesia Luminus
Um comentário em “O uso adequado (e inadequado) das gomas de cabelo”