Por Izabella Ricciardi e Luiz Neves
Para a indústria da moda no geral, 2021 foi um ano cheio de esperanças. Depois dos drásticos efeitos da Pandemia do coronavírus na economia em 2020, o ano seguinte representava a chegada de um futuro promissor. Com grandes expectativas de recuperação financeira no começo do ano, iniciamos a transição para atividades e eventos de moda em categorias híbridas, ao passo que, ao longo do tempo, as vacinações avançaram e a oportunidade de voltar com eventos completamente presenciais se tornou uma realidade nos últimos meses. Terminamos assim o ano com a volta de quase todos os grandes eventos e semanas de moda IRL – desde as semanas de alta-costura em Paris até a São Paulo Fashion Week.
A volta dos eventos presenciais foi essencial para que um vasto grupo de criativos nacionais e autônomos – entre stylists, fotógrafos, maquiadores e diretores de arte – pudessem retomar seus trabalhos e se inserirem no mercado novamente, após um longo período de mudanças culturais e estruturais acelerado pela pandemia. Se a moda é um reflexo dos tempos, não é de se espantar que tais mudanças impactaram o trabalho daqueles genuinamente preocupados em construir novos imaginários e perspectivas de moda. É nesse cenário que marcas como Meninos Rei e MileLab – ambas do projeto Sankofa, iniciativa criada pelo SPFW com o intuito de inserir e dar visibilidade a estilistas negro no mercado – brilharam, e stylists como João Victor Borges e Ode se destacaram com imagens potentes e ultra atuais.
Em contraponto a esse cenário de mudanças estéticas e de imaginário de moda, pudemos observar outro fenômeno gigantesco que atingiu o setor: fusões e aquisições de grandes grupos de moda e marcas de varejo. Baw Clothing, MyShoes, Carol Bassi e Troc são todas marcas compradas entre 2020 e 2021 pelo grupo Arezzo&Co, do empresário Alexandre Birman, e que, juntas, somam mais de 800 milhões de reais em valor de transação. O mesmo ocorreu com o Grupo Soma, de Roberto Jatahy, que em 2021 adquiriu a gigante hering por nada menos que 5,1 bilhões de reais, logo após incorporar em seu portfólio a também gigante NV, da blogueira Nati Vozza, e uma transação avaliada em 210 milhões de reais.
É fato que essa é uma movimentação não observada no mercado há mais de 10 anos e que evidencia o poder do setor como um todo, mas a pergunta que fica é: quando marcas pequenas e grandes talentos da moda nacional terão a chance de serem apoiados por esses investidores?
Enquanto não encontramos a resposta para essa pergunta, o que nos resta é homenagear e reconhecer aqueles que, em contexto de resistência, marcaram a Moda nacional este ano.
Com vocês a lista de profissionais que, segundo a editoria de Moda da Frenezi, deram o nome em 2021:

Marca independente do ano
Misci
Anacê
Meninos Rei
Ateliê Mão de Mãe
P. Andrade
Mile Lab
Estilista do ano
Rafaella Caniello (Neriage)
Isaac Silva (Marca autoral)
Mayari Jubini (Artemisi Gallery)
Igor Dadona (Marca autoral)
Lucas Leão (Marca autoral)
Marca de acessórios do ano:
Esfér
ROOM
pége
Alexandre Pavão
Eduardo Caires
Personal stylist do ano
Pedro Sales
Rita Lazarotti
Leandro Porto
Thiago Biagi
Carol Roquete
Stylist do ano
George Krakowiak
Ode
Leandro Porto
João Victor Borges
Renata Correa
Influencer do ano
Luanda Vieira
Thai de Melo
Vitoria Fiore
Angelica Bucci
Daniel Kalleb
Modelo feminina do ano
Rita Carreira
Marcela Thome
Teodora Oshima
Vivica Ifeoma
Emily Nunes
Modelo masculino do ano
Guilherme Blanco
Guilherme Breves
Elia Lee
Gabriel Pita
Sam Porto
Jornalista de moda do ano:
Luigi Torre
Giu Mesquita
Bárbara Poener
Isis Vergilio
Lucas Assunção
Tiktoker fashion do ano
Harry Ciotto
Mitcho Mezzomo
Marco Quadros
Verena Figueiredo
Arthur Freixo
Disfoggia
Fotógrafo do ano
Ivan Erick
Gabriela Schmidt
Edgar Azevedo
Fernando tomaz
Mar Vin
Maquiador do ano
Hero Rodrigues
Alma Negrot
Mayra Moreno
Natalie Billio
Steyonce
Magô Tonhon
Nail Artist do ano
Viviane Lee
Sthephani Mauricio
Roberta Munis
Diretor de arte/set designer do ano
Hugo Teixeira
Jean Labanca
Ana Arietti
Manoela Moura
Nídia Aranha
E que em 2022 a potência destes e de novos nomes cresça ainda mais para uma Moda mais plural, verdadeira, criativa e culturalmente significante.
Boas festas!