Para inaugurar a temporada de Outono/Inverno 2022, que acontece durante os meses de fevereiro e março entre as principais cidades das semanas de moda internacionais — Nova Iorque, Londres, Milão e Paris — começamos a semana de moda de Nova Iorque com um respiro gelado da cidade, ainda se recuperando do inverno.
De corsets de couro em Dion Lee até as saias exuberantes em Carolina Herrera, abordaremos um pouco neste texto sobre a maioria dos desfiles da semana de Nova Iorque, com seus designers independentes e marcas jovens que já roubaram o coração da indústria e seus amantes.
Você pode encontrar o calendário oficial da Semana de Moda de Outono Inverno de Nova Iorque aqui.

Confira a cobertura completa da Semana de Outono/Inverno em Nova Iorque:
DIA 1
Começando por uma das primeiras apresentações do primeiro dia da NYFW com a coleção de Outono/inverno 2022 apresentada por Christian Juul Nielsen para a Herve Leger, o designer entrega peças que conversam perfeitamente com o agora e que certamente serão um sucesso de vendas. É uma coleção pouco criativa em termos de design, porém às vezes as marcas precisam apostar em peças mais comerciais por razões óbvias.
Todos os 24 looks são monocromáticos e em conjuntinho, feitos em cores que variam entre rosa pink, preto, verde ácido e marrom arroxeado. A modelagem das peças é toda mais justa em decorrência da bandagem, técnica pela qual Hervé Leger ficou internacionalmente conhecido.
Saias lápis fazem conjunto com tops com recortes e são estilizadas com luvas, assim como todos os outros looks da coleção, que recebem o acessório na mesma cor do conjuntinho. Destaque também para os vestidos longos e blusas justas com recortes e franjas, que com certeza serão os hits de venda desta coleção. É uma apresentação extremamente assertiva, mas que peca apenas em um aspecto: das 21 modelos fotografadas para o lookbook, apenas 1 é negra.

O Outono/Inverno de Proenza Schouler vem na contramão de outras marcas: enquanto todos buscam as roupas pós-pandêmicas, para curtir a vida; ou o conforto do ‘loungewear’; a coleção criada pela marca é para o “agora”.
O corpo quase totalmente coberto na maioria dos looks nos recorda dos dias de lockdown, mas de forma sofisticada. Conjuntos de blazer e calça, casacos e saias somadas a blusas de manga infinita e gola alta, sempre com silhuetas amplas são reconstruídos pelo corset, marca registrada de Proenza, mas que surge de forma revisitada para evitar a redundância que vimos em tantas outras casas. Nessa coleção, o item aparece em forma de tecidos grossos amarrados por todo o abdômen e quadris.
Além da alfaiataria pesada e dos tecidos articulados quase como armaduras para enfrentar o atual momento, houve espaço para a fluidez. Vestidos em cores vibrantes — em contraste com os tons básicos mostrados no resto dos looks — marcaram ponto, sempre em materiais leves.
É interessante pensar em como os estilistas utilizaram, em cada uma das peças, diferentes técnicas para alcançar a silhueta marcada: alguns vestidos tiveram suas cinturas acentuadas por meio de “falhas” no tingimento das estampas; outros, com cintos e corsets feitos de tecido. O look 28 (ao lado) fez uso de amarrações e franzidos.
A repetição de técnicas ou de cores não é um problema aqui — a coleção passa longe de ser entediante e sabe buscar com maestria as tendências do momento sem perder a essência original.
A persona de Proenza Schouler por Lazaro Hernandez e Jack McCollough (diretores criativos da marca) se mostra novamente elegante, antenada e independente de opiniões e comportamentos alheios.

Miley Cyrus, Lady Gaga, Lil Nas X e Lizzo: estas são apenas algumas das celebridades que amam Christian Cowan e já desfilaram alguns de seus modelos por aí. O estilista britânico de 25 anos é o favorito de famosos que buscam um visual glam e festivo sem erros, fazendo sempre o uso de muita cor, brilho e aplicações.
Sua estreia na NYFW em 2018 dividiu opiniões entre a crítica: muitos acharam o trabalho do jovem designer extremamente carregado, enquanto outros defenderam a sua estética opulente e a compararam ao trabalho de Jeremy Scott.
De fato as primeiras coleções de Cowan pecavam na edição final dos looks e no equilíbrio certo das aplicações e cores utilizadas pelo estilista. Mas, com o tempo, seu trabalho foi sendo refinado e atingiu o ápice na temporada passada, quando Cowan apresentou um dos melhores desfiles da NYFW.
Mas, infelizmente, o designer parece ter andado algumas casinhas para trás com seu Outono/Inverno 2022 apresentado ontem (12/11) em Nova Iorque. A coleção, que tem como inspiração trajes clássicos de gala, insiste nos mesmos erros do início da carreira do designer: a edição final dos looks é bagunçada, as aplicações de brilhos e paetês ultrapassam o limite e o line up final é dividido por seções em que os looks não conversam entre si.
Um dos looks apresentados pelo estilista combina um vestido drapeado com cauda em cetim lilás e uma jaqueta puffer rosa chiclete com aplicações em cristais e recorte nos braços. Já outro é composto por um vestido confeccionado em veludo preto com busto e alça em paetê roxo, em uma modelagem que claramente não valoriza e nem se adapta ao busto feminino.

Entre looks ultra carregados e extravagantes como estes, Cowan apresentou vestidos e peças em corte de alfaiataria, produzidas em tecidos fluidos com estampas abstratas que fogem completamente da narrativa da coleção e causam certo estranhamento no line up final.
O destaque ficou por conta de apenas um look: o final. Um vestido preto em tafetá com saia volumosa, recorte na barriga e aplicações em cristais exala a energia party girl meets old hollywood e nos faz lembrar exatamente o que amamos no trabalho do designer e desejamos ver daqui pra frente. Maddy Perez, certamente, escolheria este modelo para seu baile de formatura.

A dosagem errada de glam e fantasia, a má distribuição dos looks e da paleta de cores no line up e a presença de peças que fogem da narrativa da apresentação são alguns deles. Acompanhe no carrossel o review completo.
A coleção construída por Mark Thomas e Thomas Cawson para a Helmut Lang dialoga perfeitamente com uma audiência mais jovem que busca peças minimalistas e fáceis de usar.
Os códigos de Lang aparecem na paleta de cores, composta majoritariamente por preto, e nas texturas – que vão desde a renda, passando pela seda e chegando à pele de carneiro colorido. A coleção apresenta uma boa leva de peças de alfaiataria, que são desconstruídas através de recortes e faixas no maior estilo Lang possível.
No geral a coleção é puramente comercial, assim como a maioria das já apresentadas pela dupla. A verdade é que, desde o desligamento de Helmut da moda há 15 anos atrás, a marca tem produzido coleções pouco importantes e significativas.
O legado de Lang parece ainda permanecer vivo nas mãos de Thomas Cawson, diretor criativo à frente da marca. A prova disso vai para além da cartela de cores minimalista da coleção apresentada ontem (11/02) : Cawson parece utilizar a alfaiataria como base, e desconstruí-la para a contemporaneidade, fazendo uso de texturas como pele de carneiro tingida e criando assim desejo para o consumidor mais jovem.
DIA 2
Começando o segundo dia com uma marca brasileira, a PatBo, a qual ao homenagear a terra natal, Patrícia Bonaldi em seu segundo desfile físico para NYFW se aventura profundamente no mundo do trabalho manual. A coleção toda foi confeccionada por profissionais que fazem parte da escola de bordadeiras da designer mineira em Uberlândia, sua cidade natal.
Bonaldi teve seu foco centrado muito mais nas texturas das superfícies dos tecidos, do que em estampas corridas como em coleções passadas. Ela se manteve fiel ao DNA da sua marca apresentando, mais uma vez, as franjas e os bordados que deram fama ao seu nome.

Um elemento novo para a marca mineira na passarela, em comparação com o último desfile, foi o foco em materiais brilhantes, como strass, pedrarias em geral e até mesmo tecidos brilhantes, como o veludo molhado.
Logo no início do desfile a temática da juventude e da sensualidade é apresentado como um guia para compreender todo o resto da coleção. O primeiro look apresenta um maiô inteiro bordado de strass coberto por um longo sobretudo branco de inverno, já no segundo look jeans ornamento por strass revela ter sido uma mistura condizente entre o jovial e o sensual.
A passarela foi marcada pela sensualidade dos looks, tanto nas silhuetas como nos tantos recortes nas modelagens dos maiôs, vestidos, saias e top croppeds. Além disso, a presença de materiais e peças mais quentes como casacos, croppeds de manga longa em veludo e blazers foi discutido pontualmente pela própria designer para desmistificar a crença de que “brasileiros não sabem pensar na moda invernal”.

A brasileira em pouco tempo soube cativar a atenção da moda internacional e é possível enxergar a influência disso em sua assinatura, principalmente nesta última coleção. Ainda é preciso que a marca se desprenda de certos elementos, mas tendo em vista todo o seu caminho percorrido até aqui, é inegável a grande promessa que PatBo é para a moda brasileira no cenário internacional.
Se Jason Wu tinha o objetivo de explorar ao máximo a feminilidade com todas as suas facetas, ele certamente conseguiu na sua mais recente coleção de Outono/Inverno 2022 apresentada fisicamente na NYFW neste sábado (12).
Segundo notas do próprio designer, toda a atmosfera do desfile teve o intuito de resgatar o glamour dos anos 50 e homenagear aspectos da alta-costura estadunidense, além disso toda a coleção também foi uma homenagem ao companheiro de rotina de Wu, seu gatinho Jinxy, que veio a falecer recentemente.
Wu mostra ser possível explorar de diversas maneiras a temática floral, que já é familiar para os fãs de seu trabalho. Os motivos florais foram apresentados ao longo dos looks com certa discrição, sua presença se fez em estampas abstratas que remetem a silhuetas das flores e em bordados e rendas.
O flerte com o uso de diferentes silhuetas do designer taiwanês foi equilibrado, explorando de tudo um pouco. Vestidos de bainhas curtas, outras longas, saias bolha e saias midi; casacos puffer de superfície acolchoada, enquanto houveram vestidos de cetim e chiffon que exploravam a cintura marcada ou não.
Numa tentativa de se aventurar em novos matizes. Que se afasta dos verdes e amarelos vividos apresentados na sua coleção de Primavera/Verão 2022 e explora a feminilidade encontrada no rosa pink, vermelho e roxo; e a sensualidade embutida no preto, branco e marrom hickory.
O desfile se encerra com o vestido preto de número 37, em camadas e com uma cintura bem marcada, uma tentativa de fechar a passarela com a sensualidade discreta que o vestido passa. Mesmo assim sua finalização passou aquele desejo “por mais”, por querer ver mais trabalhos seguindo a temática explorada.
O desfile de Outono/Inverno da Elena Velez, é uma celebração às diferentes formas de feminilidade; traz a força, o desejo por liberdade, a confiança e a sensualidade, que, sob a perspectiva da estilista, sintetizam o feminino.
Velez trouxe também, referências a questões impostas, pela sociedade, às mulheres, como a maternidade e a pressão estética. A simbologia maternal, abre espaço para homenagear a mãe da designer, que inspirou a coleção – capitã de navio e mãe solo, sua realidade fugia do que é descrito como adequado e feminino.
O embate entre o discreto e o extravagante descreve bem a apresentação da coleção de Outono/Inverno 2022 de Christian Siriano.
A apresentação física ocorreu no coração de Nova Iorque, no andar do Concourse do Empire State Building na noite de ontem (12). Os convidados da primeira fileira contaram com confidentes fiéis de Siriano, como a atriz Dre Barrymore, a famosa drag queen Aquaria, além da sua clientela habitual.
Nomeada de “Matrix Vitoriana”, segundo notas do desfile, Siriano – como qualquer outro designer contemporâneo a ele – teve como objetivo exprimir a angústia de tempos tão tensos como os de hoje.
Durante o curso na passarela, é muito ‘pontual’ essas referências do designer estadunidense. Peças em látex que remetem à rigidez de tempos futurísticos e distantes como o mundo de Matrix e o tule resgatando a delicadeza de vestidos de gala de tempos passados, tempos Vitorianos.
O designer logo de cara apresenta uma cartela de cores bem limitada, os azuis e pretos tiveram o maior destaque durante o desfile.
Foi interessante observar o trabalho de silhuetas do designer nos diferentes tecidos. Formas simples nos vestidos com silhueta de linha “I” no veludo molhado, e figuras mais experimentais em um dos tecidos mais norte-americano que se pode pensar, o Jeans.
Após anos sendo admirado por suas formas extravagantes, dessa vez os looks que rou-
baram a cena são justamente os mais discretos da coleção.
As estampas tiveram uma aparição um tanto desconexa ao longo da apresentação. Ter uma comunicação coerente entre as peças de uma passarela é de extrema importância, justamente para exprimir, sem sombra de dúvidas, a mensagem do estilista.
Estampas xadrez, florais, rendas bordadas, tules e chiffon com aplicações de lantejoulas e os veludos tiveram sua parcela de destaque na passarela.
Christian Siriano capta várias das diversas tendências de consumo dos últimos anos, como: os espartilhos, blazers de silhuetas rígidas, luvas, brilhos e rendas – que se acentuaram muito nessa última temporada de moda. Tal jogo de marketing pode se tornar proveitoso pelo ponto de vista comercial, mas ao final do desfile, a mistura de tantas informações como essas pode resultar num trabalho um tanto confuso.
Dessa vez, numa tentativa de querer explorar duas temáticas tão distintas – Matrix e a era vitoriana – em combinações não tão óbvias, a coleção final de Siriano precisou harmonizar com mais eficácia as ideias que o inspiraram.

Com um desfile um pouco mais íntimo do que de costume, Brandon Maxwell sendo o penúltimo designer da noite de ontem (12), apresentou sua coleção de Outono/Inverno 2022 na NYFW.
Brandon Maxwell leva consigo os admiradores de seu trabalho de volta ao tempo de sua juventude, ao nascimento de seu amor pela moda tendo como mentora sua avó, que sofre de Alzheimer. Do início ao fim, o desfile transparece uma nova faceta de Maxwell, uma versão do estilista mais delicada e até angelical.
Diferente de suas coleções passadas, o designer estadunidense faz uso da simplicidade para explorar materiais já familiares aos norte-americanos, como o jeans, as rendas e a camurça – muito presente nos acessórios da coleção. A dança entre tecidos pesados e leves durante a apresentação soube equilibrar os looks de inverno, que não necessariamente precisam descrever uma estação rigorosa.
O jovem Maxwell durante sua infância costumava brincar com os xales e joias da avó e sua irmã era seu manequim preferido para explorar sua criatividade; seus looks refletem essa brincadeira infantil com um tom agora mais adulto do designer. Peças em cetim, chenille, renda, tecidos acolchoados, tricô, couro trabalham essas nuances entre o reto e o volumoso.
Toda a coleção é um retrato da vida de Brandon Maxwell, desde sua infância e a forma como a sua avó o influenciou até a abertura da sua própria boutique no Texas.
“Quando decidimos fazer um show, eu queria fazer algo que, se fosse meu último, fosse um suporte de livros do qual eu me orgulhasse”, disse o designer de 37 anos.
Uma coleção tão pessoal como a de Maxwell, revela o potencial criativo do estilista, um designer capaz de entregar looks glamourosos, como sempre fez, mas também que enxerga em sua trajetória pessoal aspectos da simplicidade que podem encantar igualmente o seu consumidor.
O desfile foi iniciado e encerrado pela modelo Karlie Kloss. No look final, o vestido de gala com estampas florais estabelece a conexão íntima entre um neto e sua avó, as flores foram reproduzidas de uma pintura feita pelo avô de Maxwell em homenagem à esposa. Tendo como um toque final, uma echarpe acolchoada e ornamentada por plumas, que resgatam perfeitamente o primeiro contato do estilista com a moda e o olhar amoroso de um neto.
DIA 3
Atualizando as definições de ‘boho chic’, Ulla Johnson resgatou o estilo hippie e setentista, dando a ele uma nova roupagem, através de silhuetas e tecidos que marcaram os anos 90. As esculturas do artista Alma Allen – que fizeram parte da composição do cenário – foram fonte de inspiração para os tons acobreados e para as peças metalizadas.
A produção artesanal é característica de Johnson, a coleção foi 100% feita à mão, em Miami, com processos de lavagem e acabamentos sustentáveis. O crochê e a camurça, vieram em propostas femininas, contudo imponentes; por meio da estamparia, Ulla homenageou o continente americano, unindo tradição e modernidade.
Através de suas coleções temáticas, Piotrek Panszczyk, diretor criativo da AREA, já nos transportou para diversos cenários, mas curiosamente, o mais característico da marca, ainda não tinha sido abordado. Focada em peças com aplicação de pedrarias, bordados e recortes sensuais, a Area é sempre associada à festas, boates e, à vida noturna em geral. Apresentar o óbvio poderia soar cliché, mas Panszczyk sempre nos surpreende.
Inspirada pelo universo das showgirls, a coleção homenageou Zizi Jeanmarie e Josephine Baker, ícones dos anos 20, que marcaram o glamour Deco, trouxe também, o brilho das dançarinas de Las Vegas e, o ar divertido e misterioso do carnaval brasileiro – que inclusive, esteve presente na trilha sonora.
Mais do que apenas rostos bonitos, a coleção Spring 2022 da Area exalta a determinação feminina – Panszczyc reforça que abre espaço para uma discussão política, ao analisar o retrato social das showgirls e suas manifestações artísticas.

Os bordados foram desenvolvidos em conjunto com artesãos indianos, enquanto headpieces e outros acessórios faciais, foram criados em Roma. Mais uma vez, a marca deu um show de criatividade e irreverência, através de peças extravagantes e perfeitamente executadas.
A coleção contou com looks mais conceituais, em relação à anterior, o que marca uma nova fase para a Area, com uma imagem mais estabelecida, possibilitando assim, uma maior afinidade com a alta-costura.
A marca fundada em 2016, por Catherine Holstein, mantém sua essência, repleta de peças em couro, jeans, alfaiataria e cashmere, em produções ousadas, com toque refinado e acabamentos impecáveis.
Na coleção Outono-inverno, abusou desta ousadia característica, numa proposta industrial, jovem e sexy – surpreendentemente, sem saltos altos, um grande diferencial.
Mais uma vez, a estética futurista é apresentada na fashion week, marcada pelos tecidos metalizados, transparências, aparência molhada e, até mesmo, pelas franjas, que acompanham uma padronagem de linhas desconstruídas; já as modelagens oversized, foram substituídas por peças que, propositalmente, parecem ajustadas.
A coleção de Outono/Inverno 2022 de Eckhaus Latta encerrou a noite e comemorou o marco de uma década da grife no mercado. Com um dos desfiles mais marcantes até o momento, Mike Eckhaus e Zoe Latta se mantêm firmes em suas assinaturas que transformou a marca em uma das marcas independentes mais potentes da NYFW.
Do início ao fim do desfile, os recortes e as modelagens “desconstruídas” das roupas foram o alicerce de toda apresentação. A dupla de designers reafirma mais uma vez sua criatividade em torno da escolha de materiais, em conjunto, com o recorte e a forma que estes são trabalhados, resultando em silhuetas singulares da marca.
“Não queríamos ser nostálgicos ou retrospectivos, mas queríamos trazer de volta as coisas que amamos das nossas primeiras coleções, especialmente o trabalho manual”, disse Eckhaus e Latta.
Peças de malhas e couro recortadas e construídas de maneira instintiva, calças jeans desfiadas de cima a baixo, os tules; todos trabalhados de maneira que refletissem integralmente a assinatura dos fundadores da marca. A atenção às texturas das superfícies de cada peça foi provavelmente o ponto alto da coleção. O brilho também teve sua parcela de presença durante o desfile, em peças de lantejoulas, strass, fios brilhantes que entrelaçam as malhas e no brilho natural das peças de couro à luz do ambiente.
Toda a coleção da marca prova que é possível reproduzir constantemente a estética indie alternativa da dupla com qualquer cartela de cor, e dessa vez não foi diferente, o uso do rosa pink, em conjunto com os tons terrosos, cinzas e pretos não deixa de revelar a alma indie da coleção.

O desfile soube tomar a responsabilidade de deixar os espectadores da NYFW encantados, ao mesmo tempo que reafirma as características da própria marca, que as fizeram se tornar uma potência na moda independente nova-iorquina.
Inspirado por sua recente viagem à Escócia, Joseph Altuzarra trouxe o estilo navy às passarelas, fazendo referência à uma lenda local – na narrativa, um marinheiro é seduzido por sereias e, transformado em uma criatura marinha; os estágios desta mutação podem ser percebidos ao longo da coleção: composições mais pesadas e estruturadas, com ar militar, são apresentadas no início; em seguida, as peças tie dye em malha, simbolizam a sedução; por fim, lantejoulas que lembram escamas, aparecem gradualmente, até que tomam conta dos looks por completo, marcando o fim da transformação.
A coleção de Outono/Inverno resgatou tópicos da temporada passada, com releituras nada óbvias; o tie dye, que marcou a Primavera da marca, apareceu com novos padrões e em diferentes tecidos, como malhas e cashmeres. Já o estilo militar, foi retomado de coleções apresentadas há mais de uma década; Altuzarra conta que o reconhecimento destas modelagens, por antigos clientes, traz uma sensação nostálgica, como se pudesse observar o passado da marca.
Para o futuro, Joseph investe também numa nova linha, denominada “Altu”, onde traz um abrangente olhar genderful – não confundir com genderless, como ele costuma frizar.
DIA 4
A temporada de Outono/Inverno da marca, apresentada por Wes Gordon (diretor-criativo), reflete a sensibilidade, leveza e sutileza, que são registros da Carolina Herrera em seus 40 anos de existência. A coleção simboliza o romantismo 一 carregado por seus vestidos fluidos e clássicos 一 unido ao poder feminino e exuberância, contemplados com um toque de alfaiataria clássica fabricada em ondas ondulantes. A energia da imagem feminina proposta por Gordon reúne a energia, o drama e o jogo de cores, que fazem da coleção um show de sofisticação e linearidade.

Haoran Lin e Siying Qu 一 co-fundadores e responsáveis pela direção criativa da Private Policy 一 embarcaram nas influências do estilo urbano e esportivo para a coleção de Outono/Inverno 2022 da marca. Para esta temporada, a dupla confeccionou peças indispensáveis no guarda-roupa nova-iorquino: trench coats, moletons, alfaiataria e vestidos em seda. Além disso, embalados pela necessidade e seu compromisso com os tópicos social e sustentável, as vestimentas da coleção contaram com um tecido oriundo dos jornais bem como a reutilização de tique-taques (utilizados em diferentes formas) para adicionar personalidade à maioria dos looks expostos pela marca.
Fascinada pelo universo noturno e seu ‘glam’, Alexandra O’Neill fez da mais nova coleção de Outono/Inverno 2022 da Markarian uma exposição típica de uma noite de gala. Inspirada nas capitais cosmopolitas e sua vida noturna 一 fazendo jus inclusive à capital nova-iorquina 一, Alexandra não poupou a adição de brilhos e plumas à suas criações. A exposição ainda conta com peças em seda e renda e acessórios inspirados nas famigeradas e clássicas décadas de 1910 e 1920.
O streetswear é, sem sombra de dúvidas, a assinatura da Coach. Para esta temporada, Stuart Vevers 一 atual diretor-criativo da casa 一 explanou uma proposta ainda mais inspirada no estilo urbano. Ambientada em um cenário de rua, a coleção é inteiramente apresentada em uma atmosfera cotidiana, inserida nos arredores de ‘Coachville’ (cidade imaginária onde se narra a história urbana da marca). A apresentação ainda conta com a participação de peças tradicionais da casa: T-shirts com grafites lúdicos, casaco clássico de shearling, peças em couro reaproveitado 一 com cortes que referenciam os anos 1970 一 e vestidos em renda e crochês, evidenciando a influência do dia-a-dia nas veias da Coach.

Apesar de ser considerado novo na indústria da moda, Connor Mcknight aparentemente tem feito um ótimo trabalho autoral para sua marca homônima. Para a sua coleção de Outono/Inverno 2022, o estilista tem buscado mergulhar em sua própria originalidade para confeccionar suas peças, produzindo suéteres de lã feitos à mão e algumas produções em malha 一 como vestidos, por exemplos 一, que são assinatura e clássicas de Connor. Além disso, a coleção ainda assina uma pegada sutil composta de muita elegância dos anos 1950 sem perder sua atemporalidade e atualidade.
Diferentemente da última coleção de Outono/Inverno, para esta temporada de 2022 de sua marca homônima, Tory Burch reúne uma apresentação altamente nova-iorquina, embalada pelo próprio cenário 一 que faz referência ao título ‘Nova Yorker’ 一, e expressa, especialmente através da diferença na composição dos looks, que variam desde silhuetas mais acentuadas e passam por terninhos mais fluídos, composições com pegadas mais esportivas, vestidos longos e justinhos, suéteres em lã, cardigans e criações portando linhas horizontais, a caracterização da diversidade, originalidade e liberdade nos quais os nova-iorquinos expressam em seu modo de se vestir.
Apesar de parecer convencional, o streetwear proposto por Maryam foge do habitual quando a mesma propõe a junção de cores e recortes nas peças de uma maneira única, assim como aconteceu em sua mais nova coleção de Outono/inverno, apresentada nesta segunda-feira (14). Para esta temporada, Zadeh recorreu ao estilo moderno e atual reunindo-o em uma coleção majoritariamente em tons de creme e contendo peças em estampa xadrez, forro em anágua, jaquetas de couro, ternos em alfaiataria, transparência e saias sobrepondo calças.
Após dois anos longe das passarelas, Dion Lee retorna à Semana de Moda de Nova York com sua marca homônima honrando de maneira exemplar aquilo que ele sabe fazer muito bem: roupas andróginas. Conhecido por vestir personalidades como Lil Nas X e Troye Sivan, o estilista traz para sua nova coleção de Outono/Inverno peças que reúnem o olhar único de Lee para transformar suas criações em vestimentas sexys (sem serem vulgares) 一 expressas pelas peças criadas a partir do ‘sex appeal’ ou exposição da pele. Uma outra assinatura de Dion que marca presença nesta temporada são os corsets (espartilhos) recortados e suas silhuetas esculpidas, além de peças e acessórios em couro que adicionam ainda mais personalidade à sensualidade de sua marca e coleção.
A figura feminina de Laquan Smith é sensual, exuberante, moderna, livre e empoderada. Em outras palavras, a forma como Smith desenha e expõe suas peças traduz o espírito feminino em sua representação mais literal. Para esta temporada, a sua representação é mais vívida como nunca: os 37 looks apresentados por LaQuan nesta segunda-feira (14), abrigam uma coleção repleta de cores, festividades e muita jovialidade. O desfile foi dedicado ao jornalista André Leon Talley e reuniu looks de pele, calças cargo de couro, minissaias, lantejoulas em diferentes cores e jaquetas de motoqueiros.
DIA 5
Inspiradas e criadas a partir das formas e silhuetas masculinas, a nova coleção de Outono/Inverno da uruguaia Gabriela Hearst embarca na proposta de peças andróginas 一 vestimentas que possuem traços de ambos os sexos, se diferindo da proposta ‘genderless’ (sem gênero). Segundo a estilista, em uma entrevista concedida à Vogue um dia anterior à apresentação de sua nova coleção, a androginia surge nos mesmos períodos em que novos pensamentos ocorrem. O tema proposto é claramente refletido nas criações para esta exposição, que se alinham muito bem aos ideais da casa.
Embora seja fortemente influenciada pelo conceito minimalista 一 o que é expresso principalmente através da ausência de detalhes exacerbados por toda a coleção 一, as vestimentas apresentadas por Hearst nesta temporada brincam com o uso de cores ao longo de toda a coleção. É possível observar um jogo de cores entre o amarelo, vermelho, rosa e preto 一 em sintonia com a passarela, inclusive 一 simbolizando o otimismo sugerido por Gabriela aos novos tempos, que marcam a transição entre a pandemia e seu eventual momento ‘pós’.
Este sentimento de otimismo comporta-se praticamente como uma assinatura da estilista. No entanto, nesta temporada fica ainda mais evidente através da forte presença de tons brilhantes em amarelo (que para muitos atribuem ao significado de luz, otimismo e prosperidade, por exemplo) e laranja 一 ligada ao significado de vitalidade, alegria e sucesso.

Um outro ponto que também sempre esteve alinhado às propostas de Gabriela Hearst para sua marca homônima tem sido a preocupação da designer com tópicos sociais e ecológicos. A pauta entrou oficialmente em vigor na casa a partir do ano de 2017.
Desde então, a estilista tem sempre buscado abordar essa temática, seja através de suas coleções ou do cenário de seus desfiles. Este ano não foi diferente: cerca de metade da coleção é oriunda de materiais reciclados 一 valor este que Hearst pretende dobrar até o final do ano, apesar de ser um compromisso árduo a ser cumprido 一 e as cores utilizadas nas peças (como os tons de amarelo, laranja, dentre outros) são originais de corantes orgânicos, que alinham-se perfeitamente à abordagem da casa.

Outro fator que é bastante aparente nas inspirações de Gabriela para esta coleção compreende as suas raízes uruguaias. Nesta coleção é possível observar peças em crochês, ponchos fabricados artesanalmente 一 bastante utilizados no país de origem da estilista 一, botas em cano mais longo, vestidos plissados e em estampas, criações em couro, cintos que lembram o guaiaca (bastante presente na cultura uruguaia), uso do tricô, além do uso da alfaiataria 一 que finca a presença da marca no mundo moderno, sofisticado e clássico 一 e da beleza (maquiagem e acessórios) da coleção, que relembram os nativos da região provinciana na qual Hearst morava.
Outro detalhe que chama a atenção na marca Gabriela Hearst é a recorrente presença de aspectos naturais em suas coleções. Para a temporada de Outono/Inverno de 2022, Gabriela buscou demonstrar sua conexão com o tópico ‘natureza’ através da colaboração com o artista Amo que, segundo as próprias palavras da designer, costuma pintar a alma das árvores e da natureza. Além disso, as filhas da estilista também colaboraram na construção das estampas florais presentes na coleção.
Para o âmbito social, Gabriela voltou a trabalhar com projetos bastante atuantes quando o assunto é o impacto social. A designer colaborou com artesãos independentes de seu país, Uruguai, e também com artistas bolivianos. O cenário de apresentação da coleção foi criado pela Groundswell, uma fundação sem fins lucrativos da cidade de Nova York que apoia o trabalho de jovens. Além disso, colaborou também com o Centro Ali Forney, que oferece ajuda aos jovens LGBTQIA+ que lutam para encontrar um lar para viverem.
Ademais, a coleção apresentada por Gabriela Hearst nesta terça-feira (15) foi extremamente cativante e altamente alinhada aos propósitos e ideais da diretora-criativa enquanto pessoa e marca. Com um show repleto de boas vibrações, otimismo e alegria, a casa de Hearst conseguiu, mais uma vez, confirmar sua responsabilidade e maneira criativa, além de reafirmar seus princípios.
Em uma pegada aparentemente um pouco mais melancólica, Peter Do apresenta uma coleção de alta qualidade nesta terça-feira (15). Após uma pausa de duas coleções voltadas à temporada de Outono/Inverno 一 visto que a última exposição para este período foi lançada em 2019 一, o designer retorna às passarelas e à estação mais potente do que nunca.
Para esta temporada o estilista apresenta ao público aquilo que ele sabe fazer de melhor e em qualidade aparentemente inquestionável: a alfaiataria fina. Um outro detalhe que volta 一 e ainda mais forte 一 nesta nova série apresentada por Do é a sua paleta de cores simplista e sua silhueta atemporal, que contrasta muito bom com o agito da capital nova-iorquina e atribui à cidade das grandes luzes uma calmaria revestida em sofisticação e classe.
Intitulada ‘Fundação’, a nova exposição de Peter Do revisita o passado e as coleções inaugurais da casa, de forma que estabeleça as bases para a ‘casa’ que eles buscam construir, concentrando-se de maneira mais precisa na inovação acima daquilo que é ‘’novo’’.
A paleta de cores presente nesta galeria representa uma coleção linear, cimentada, mas escolhida categoricamente e de um modo altamente criterioso adiciona um toque especial de sobriedade na coleção que comporta-se de maneira tão elegante. As 36 peças expostas nesta coleção, segundo o próprio Peter Do, simbolizam uma conversa inteiramente íntegra e resiliente, além de encenarem um encontro entre passado e presente, o que indica ser sua exposição mais interpessoal até o momento.
A figura feminina de Peter Do é símbolo de poder, elegância, classe, categoria e, acima de tudo, atemporal. E estes adjetivos são todos reproduzidos em forma de vestimentas.
Enquanto algumas marcas preocupam-se com a entrega de trabalhos resumidos ao exagero na adoção de detalhes, Peter Do com seu trabalho simplista, casual e minimalista entregam peças que resultam em um ótimo trabalho 一 seja no que se diz respeito à sua costura no momento de confecção ou pelo desenho em si. A nova coleção de sua marca homônima comporta-se como um presente aos amantes de uma boa alfaiataria e com um apreço pela praticidade do cotidiano. Apesar de parecerem simples, as peças desenhadas por Peter são impactantes e resultam em um trabalho praticamente impecável.
Ainda chama a atenção a presença de peças que, em sua própria composição, contrastam nas cores entre si. Blazers em alfaiataria e oversized também foram componentes marcantes nesta temporada de Peter Do, bem como os cintos triplos, a sobreposição de roupas e peças apresentando pontilhados 一 simbolizando o rascunho 一 deixados ali propositalmente. A sensualidade na coleção aparece de forma não-óbvia (à la Peter Do) e fica por conta de fendas, decotes profundos e recortes laterais, sem abrir mão do requinte de sua assinatura.
A coleção como um todo, ao mesmo tempo em que demonstra revisitar a história e estar intrinsecamente ligada aos aspectos passado-presente, comporta-se de modo eminentemente moderno e atual, contribuindo ainda para reafirmar o grande potencial de Peter Do como designer e o seu poder em se sobressair como um grande estilista.

Determinado a deixar a pandemia para trás, Michael Kors trouxe uma certa ‘simplicidade’ para sua coleção. Descomplicar as coisas para Kors significa looks monocromáticos dos pés a cabeça — vimos coral, rosa e amarelo em tons neutros, assim como chocantes neons. A aposta de Kors ficou para o outerwear: “em Nova York é seu cartão de visita”.
DIA 6:
Hillary Taymour, criadora e designer criativa da Collina Strada, em todas as coleções faz roupas que lisonjeiam todos os corpos e todos os modos de vida, além de apresentações e looks que fujam do normal. Nesta temporada de outono- inverno 2022, Taymour apresenta sua coleção de forma diferente e divertida (como costuma fazer). Com “The Collinas”, um filme com tema de reality show estrelado por Tommy Dorfman, apresentado no cinema Angelika. Muito da estética e formato se compara ao icônico reality show “The Hills” dos anos 2000, que coincidentemente – ou não – “Hills” significa “Colinas”, e ao Keeping Up With The Kardashians.

Tommy sai de Los Angeles e vai à Nova York para uma oportunidade de estágio na Collina Strada. Nos bastidores é possível ver as roupas da coleção, depois apresentadas em estilo passarela durante os créditos, onde aparecem os nomes de mais de 30 modelos.
A coleção remete muito aos anos 2000, com saias e calças em cintura baixa com detalhes no cinto, estampas e cores vibrantes em vestidos de babados em camadas sobre calças largas, moletons psicodélicos e tie-dye. Algumas ideias da primavera/verão de 2022 estão presentes, como a camiseta com estampa de anjo e peças de camadas de malha. Hillary também inclui na coleção jaquetas de veludo amassado com enchimento de penugem de flores, feitas com listras de zebra ou costura em estrela.
As dobras das calças são combinadas com tops e capas de tons brilhantes, do rosa ao verde e azul, com mangas bufantes. Calças são apresentadas em couro, nylon e outros tecidos, com os cintos brilhantes ou tênis de várias silhuetas e modelos.
Quando se fala em sustentabilidade na moda, a marca tem se tornado referência e um dos nomes mais importantes nesse quesito. No outono/inverno de 2021, Hillary utilizou de sobras de matérias-primas e ressignificou peças antigas de estações passadas, além de se unir à plataforma americana de resale The Real Real, transformando peças impróprias para venda em novos tops, calças e vestidos.
Nessa temporada, a designer usa de seu questionamento sustentável na apresentação em quase todo o filme desta coleção. A nova estagiária é zombada e questionada pelos colegas do estúdio ao comer um sanduíche à base de carne enquanto todas da mesa se alimentam de legumes e frutas. Além de, beber café em um copo descartável quando as outras meninas usam seus próprios squeezes, e também de tirar muitas selfies.
Por mais que muitas das coleções da marca apresentando uma estética Y2K, “mais é mais”, muitas cores presentes, e até um excesso de material, as roupas de Collina Strada são feitas conscientemente. Hillary faz questão de sempre trazer diversidade à frente da marca, como os modelos sempre diversos, com idade, etnia, gênero e capacidade física. A mãe de 70 anos de seu colaborador, Charlie Engman, é apresentada no The Collinas, assim como Aaron Philip, o modelo negro, transgênero e deficiente. Ambos apareceram junto com modelos.
Hillary pretende expandir os negócios para calçados, oque custaria US$250.000 para iniciar a produção do design usando práticas sustentáveis. E, admite que o desafio é este, crescer um negócio se mantendo fiel a sua consciência ambiental.
Quando a pandemia começou, instituições de moda estavam procurando maneiras de apoiar pequenas marcas, o que resultou a levar avanços para a Collina Strada. A marca foi incluída no programa Vaul da Gucci para jovens designers.
Ademais, a coleção apresentada por Hillary Taymour nesta quarta-feira (16) seguiu as ideias da marca. Divertida, alinhada aos propósitos e ideais conscientes de Taymour para sua marca. Apresentada de forma diferente e leve, reforçou ser possível passar uma mensagem transparente sobre consciência ambiental, o que a marca deseja seguir daqui para frente.
Designer nascido em Singapura, mas criado no Nepal, Prabal Gurung sempre fez referência às suas origens e passado em suas coleções. Devido à pandemia, não pode retornar sempre a sua terra natal como fazia de costume. Para esta coleção de outono/inverno 2022, Gurung relata que “é um conto de duas cidades”, se referindo à Nova Iorque e ao Nepal. Ele traz referências e cores que fazem referência aos dois lugares.
Para essa coleção, Prabal mergulha na sensibilidade do espírito nova-iorquino. Apresenta tops de seda, botas cano alto e vestidos compridos. As cores vão do preto, rosa, amarelo, verde e vermelho. Estampas florais que remetem a sua herança do Nepal, um enorme apego emocional aos rododendros. Nessa temporada, o designer admitiu que quis inspirar o desejo de viajar, ainda mais após dois anos de pandemia. “Sempre ando na linha tênue entre esperança e pragmatismo”, relata.

Prabal relata que faz a celebração das mulheres “aqui e ali”, com cores e silhuetas, contando a história visual das mulheres que definem a nação. Em sua coleção de primavera/verão 2022, o designer também fala sobre as referências e celebração às mulheres, propondo uma grande reflexão sobre todas as forças por trás da chamada vulnerabilidades femininas.
Dessa vez, optou por não abordar temas sociais ou políticos como havia feito anteriormente. Nesta coleção, ele não faz uso de grandes construções ou formas elaboradas, mas busca looks confortáveis para a silhueta feminina.
Prabal não exagera em seus designs, opta por algo que entregue sua mensagem desenvolvida e que não faça grandes reflexões para compreender o que foi apresentado.
Mesmo assim, seus looks chamam a atenção pela beleza e cor. Vestidos com lantejoulas, recortes, tamanhos diversos. Indo desde algo mais despojado e largo, ao mais justo e festeiro. Pragal continua seguindo sua linha de desenvolvimento com looks de cores chamativas, mas que mantém sua elegância.
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