Os tipos de cabelo — e como cuidar de cada um

Crespo, cacheado, ondulado e liso – sabemos que existem diversos tipos de cabelo, mas nem todos sabemos as especificações dos fios.

Além de diferentes texturas e espessuras, os diferentes fios precisam de cuidados específicos de acordo com sua classificação.

TIPOS DE CABELO

Antes de sabermos como classificá-los, precisamos entender o porquê de existirem tantos tipos de fios. 

A dermatologista Aline Tiemi nos explica: “Nosso fio de cabelo é composto principalmente por queratina. A queratina é constituída por cerca de 20 aminoácidos […] Os aminoácidos presentes na queratina interagem entre si através de três tipos de ligações, que são as pontes de hidrogênio, as ligações iônicas e  as ligações cisteídicas ou dissulfídicas.”

“Esse último tipo de ligação é a mais estável dentro da queratina, sendo a principal responsável por definir a estrutura do fio […] quanto mais ligações dissulfídicas, mais crespo será este fio, quanto menos ligações, mais liso.”, completa ela.

O sistema de classificação para os tipos de cabelo foi criado pelo cabeleireiro americano Andre Walker na década de 90. Na época, ele costumava ser o Hair Stylist de Oprah Winfrey.

Inicialmente, a utilidade desse sistema era unicamente para sua linha de produtos. Porém, a popularidade foi tanta que é a medida mais utilizada atualmente.

Nele, temos 4 divisões que contam com 3 subdivisões cada. São eles:

CABELOS LISOS

Reprodução/Pinterest

Os cabelos lisos consistem em fios sem curvatura e, em alguns casos, costumam ser mais oleosos na raiz. Estes categorizam o tipo 1.

Nele, há três subdivisões, sendo os tipos 1A, 1B e 1C. O tipo 1A é o mais fino de todos, tendo fios leves, sem volume e com grande tendência a ter nós.

O tipo 1B mistura fios finos com alguns mais encorpados, sendo mais fácil de ser modelado. Já o tipo 1C conta com fios mais grossos e pesados, dando mais volume ao cabelo.

CABELOS ONDULADOS

Reprodução/Pinterest

Os cabelos ondulados já contam com mais curvatura e, dependendo do tipo de fio, podem ser modelados e finalizados tanto como mais lisos quanto como mais cacheados.

Por se enquadrar entre os lisos e cacheados, estes formam facilmente cachos bem abertos e também podem ser facilmente alisados por secador ou chapinha. Estes são o tipo 2.

É comum que, ao ter cabelo ondulado, alguns problemas como oleosidade na raiz e ressecamento nas pontas possam aparecer. 

Seus 3 subtipos são:

2A: conta com pouca curvatura, sendo quase liso e de textura fina. É mais leve e pode ser diferenciado por pequenas ondas em formato de “S”.

2B: mais pesado e com curvatura um pouco mais fechada, suas ondas são também conhecidas como as ‘beach waves’. Podem apresentar frizz em alguns casos

2C: tem fios de textura grossa, bastante volume e curvatura mais fechada. Apresenta mais balanço por ser mais desprendido da raiz do cabelo.

CABELOS CACHEADOS

Reprodução/Pinterest

Os cabelos cacheados costumam ter formato espiral, mais volume e mais frizz, categorizando o tipo 3.

Suas 3 divisões são os tipos 3A, 3B e 3C. No 3A, o cabelo costuma ser mais pesado, ter definição mediana e bastante movimento.

Já no tipo 3B, o fio é bastante definido, volumoso e simétrico, além de ter cachos mais fechados. Também é comum a presença de raiz ondulada.

Por fim, no tipo 3C, os fios costumam ser finos e os cachos são mais fechados, definidos e grudados um ao outro.

Os cabelos cacheados podem ter maior tendência ao ressecamento, já que a oleosidade da raiz não chega às pontas do fio. Eles também podem ser mais opacos.

CABELOS CRESPOS

Reprodução/Getty Images

O último tipo é, consequentemente, o mais frágil por conta da sua curvatura muito fechada. Assim, eles são mais vulneráveis e podem ser secos e quebradiços.

Seus 3 subtipos são:

4A: para diferenciar o tipo 4A do 3C, é importante que sua textura seja vista com o cabelo molhado. O tipo 4A mantém os cachos, enquanto o 3C tende a ficar mais ondulado. Além disso, a raiz do 4a é cacheada e mais volumosa.

4B: sua espessura é mais fina e densa, além dos fios serem volumosos. Eles nem sempre são naturalmente definidos e o formato dos cachos assemelha-se a um zigue-zague. 

4C: é o mais fino dos 3 subtipos, sendo também o mais frágil. Muito volumosos, são caracterizados pela pouca definição dos cachos, que também tem formato zigue-zague.

Algumas pessoas ainda podem contar com mais de uma curvatura dos fios e até mesmo confundi-las, principalmente quando se trata de cabelos cacheados e crespos.

OS CUIDADOS ESPECÍFICOS

Diferentes tipos de cabelo demandam diferentes tipos de cuidados e produtos. Isso ocorre por que assim como acontece com os tipos de pele, também existe a diferenciação dos tipos de couro cabeludo. Existem aqueles que são mais oleosos e os menos oleosos, sendo importante a escolha do tratamento adequado para cada um desses tipos.

“É importante definir também se existe dano na haste capilar, pacientes com histórico de colorações, alisamentos ou outros tratamentos que levam a perda de massa capilar precisam de uso mais intenso de máscara capilar.”, como diz a dermatologista Dra. Aline Tiemi.

A dermatologista ainda reforça: O formato do fio também é importante na definição dos diferentes tipos de cuidados, [pois] fios mais lisos tendem a tolerar mais o calor (mas mesmo um fio liso pode quebrar, fazer bubble hair e pontas duplas com calor excessivo sem proteção térmica).

“Fios crespos e ondulados também tendem a ser mais ressecados que os lisos, necessitando de mais frequência de hidratação e cuidados.”, completa ela.

Antigamente, o mercado de produtos capilares não era tão extenso quanto hoje e quase não atendia cabelos com curvatura. 

Assim, a finalização consistia em alisamento de cabelos crespos, cacheados e ondulados ou apenas a finalização com creme de pentear.

Produtos como pomadas, gel para finalização, manteigas capilares e até mesmo técnicas de finalização como a fitagem e os baby hairs eram desconhecidos até poucos anos atrás. 

“Por muito tempo, era muito mais fácil achar produtos que ‘disciplinassem’ cabelos tipo 2, 3 e 4 do que produtos que apoiassem a curva do nosso cabelo como é”, conta Beatriz Lima, de 23 anos. 

Beatriz tem o cabelo do tipo 3B mas, antigamente, costumava fazer escova e chapinha ao menos 3x na semana, utilizando apenas protetor térmico. “A saúde do meu fio era péssima, quase não tinha brilho e parecia não crescer porque as pontas quebravam muito.”, completa ela.

Beatriz ainda reforça: “Acho que a importância de existir uma variedade de produtos é mostrar que não existe um padrão de cabelo bonito no mundo. Acredito que essa mudança seja um grande passo para a mudança de um padrão enraizado na nossa sociedade, e representa liberdade para muitas mulheres e homens com cabelos cacheados e crespos.”

CRONOGRAMAS CAPILARES

Os cronogramas capilares são um tipo de “rotina” a se seguir, de acordo com a necessidade de seu fio. Assim, eles não dependem do tipo de cabelo, mas sim da saúde do fio.

A maioria dos cronogramas segue o mesmo modelo, podendo ser diferenciado pelos cabelos: muito danificados, pouco danificados e saudáveis.

Os cronogramas funcionam por uma organização semanal e intercalam os dias entre hidratação, nutrição e reconstrução, de acordo com o estado do fio. Abaixo, temos um exemplo de cronograma capilar:

Reprodução/Blog Chata de Galocha

Cabelos que tendem a ter mais frizz, com fios frágeis, finos e quebradiços também precisam de uma atenção a mais.

Outros também tendem a ser mais opacos e, no mercado, há produtos que recuperam o brilho e a queratina do fio com tratamentos que você pode fazer no chuveiro, sem a necessidade de ir ao salão.

Também há produtos que regulam a oleosidade dos fios, hidratando os cabelos sem exagerar.

Porém, o cuidado na hora de lavar é crucial: evitar o uso de cremes na raiz de cabelos que tendem a ser oleosos pode ajudar nesse controle.

A Dra. Aline ainda reforça: “É importante sempre usar o condicionador. Isso porque o shampoo abre as suas cutículas, deixando-as suscetíveis a quebras e danos […] o condicionador vai fechar essas cutículas, protegendo-as durante a escovação.”

“As máscaras capilares tem como principal função recuperar os fios ressecados e danificados, pois possuem mais ativos hidratantes do que o condicionador, porém não substituem o mesmo por não terem ação no fechamento da cutícula capilar.”

Além disso, cortar os fios periodicamente também é recomendado. Aparar as pontas ajuda a evitar o aparecimento de pontas duplas que podem deixar os fios quebradiços.

Por fim, a alimentação influencia diretamente na saúde capilar. Existem nutrientes específicos que ajudam no crescimento e fortalecimento dos fios como, por exemplo, os minerais (zinco, selênio, cálcio, silício e ferro), além das vitaminas (E, C e do complexo B).

O consumo de líquido também ajuda a manter a pele e os cabelos hidratados, de acordo com o recomendado pela dermatologista.

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