A autenticidade online é um assunto muito polêmico e presente desde os primórdios da internet. As redes sociais sempre foram uma forma de escape para as pessoas mostrarem do que elas gostam, o que elas querem fazer, em quem elas se inspiram, entre outros. Porém, a nova geração se mostra mais propensa a overshare assuntos particulares e problemas em redes sociais como: TiK ToK e Twitter – o que, anteriormente, era papel do Tumblr.
De acordo com a revista Dazed, 58% da geração Z dizem que se sentem mais conectados consigo mesmos online. Entretanto, pessoas dessa mesma geração (55%) também afirmaram que usam redes sociais para embelezar a vida e parecer mais interessante. É um paradoxo intrigante, e bem representante da geração Z em si.
O que é ser autêntico? Você pode ser autêntico nas redes? Você pode ser autêntico na vida real? A situação com perfil online é que alguém pode controlar cada milímetro de sua imagem, pode alterar tudo para que as pessoas percebam, entendam e aceitem ela da maneira que queira. Isso é mais difícil de fazer pessoalmente, mas não é impossível. Pessoas tendem a mostrar personalidades diferentes de acordo com as pessoas ao seu redor, e isso é o mesmo fundamento do controle de imagem feito online — só é menos meticuloso.
Apps como Instagram tendem a representar uma “falsidade” maior, já que tudo que contém lá é a imagem. Os seres humanos se sentem pressionados a mudar e mostrar uma vida mais excitante, mais interessante, mas bonita para os seguidores. Alteram fotos para ficarem mais atraentes convencionalmente pela sociedade, postam stories em lugares mais e mais importantes. Já plataformas como Tik Tok e Twitter, não. São sites mais voltados para identificação e experiências, e assim, deixando pessoas mais confortáveis para introspecção e compartilhamento de informações pessoais. Porém, quebrar a cabeça com o que é real ou falso das postagens de alguém não leva a nada, nenhuma conclusão concreta pode ser formulada a partir disso. Pessoas são muito complexas.
Na atualidade, a vida virtual é praticamente intrínseca com a vida real. A persona online é isso, uma faceta da pessoa que predomina nas redes. Todos possuem personas em qualquer lugar, e em algum ponto, não dá para dizer onde um começa e o outro termina.
Usar o argumento de “social media é falsa” não tem o mesmo sentido de antes. Porque a resposta é sim e não. Não dá para dizer que conhece alguém sem ir a fundo. Não dá para dizer que conhece alguém pelo que ela decide mostrar. É uma jornada muito maior que essa. E sim, a autenticidade ou falsidade das redes sociais é um paradoxo – porém, não dá para negar que a vida virtual tem um grande impacto no autodescobrimento e formações de opiniões e ajuda a consolidar a autenticidade de alguém.