Do Gramofone ao Digital: Reproduzindo Inovação

Com todas as inovações na tecnologia e na internet, seria muito difícil imaginar um mundo sem que a música acompanhasse essas mudanças em tempo real. A maneira de gravar e escutar música tiveram um grande progresso e pode-se dizer que ficou bem mais fácil, até porque os discos de vinil eram caríssimos e nem todo mundo conseguiu comprar um Ipod na época do seu lançamento. Além disso, imagina quantas fitas eram necessárias para gravar todos os programas de sexta-feira da MTV no lançamento de um esperado clipe só pra assistí-lo mais tarde novamente?!

As mudanças foram muitas, mas através de uma pequena linha do tempo é possível resumir como a música foi se transformando e inovando seu jeito de chegar no ouvido das pessoas. 

O gramofone foi uma das maiores inovações na indústria musical do século XIX. Ele permitiu que muitas pessoas ouvissem música em casa, sem precisar ir a um concerto ou show. O som não era dos melhores e nem era ao vivo, não era capaz de marcar temporalidade, mas a ideia de ouvir uma música pré-selecionada no conforto da sua casa era bem legal para a época. Foi um dos primeiros equipamentos que permitiu que a música fosse escolhida pelo ouvinte, sem que seguisse necessariamente a sequência que uma rádio tocava, por exemplo. 

Gramofone do século XIX.
[Imagem: Reprodução/Pinterest]

Depois dele surgiram os LPs de vinil, aproximadamente na década de 1940 e também foram uma super inovação tanto em qualidade de som quanto na facilidade de ouvir as músicas através dele. Os vinis foram a principal maneira de escutar música durante muito tempo, principalmente pelo intervalo que um disco poderia ficar rodando e a grande quantidade de canção que poderia ser gravado nele, além de poder comprar quantos quisesse e quando um artista favorito lançava um álbum novo. 

O aparelho que permitiu que o disco de vinil fosse reproduzido foi a Vitrola, um instrumento bem parecido com o gramofone, mas muito mais moderno. O gramofone funcionava a base de uma manivela, que esticava as cordas metálicas e fazia o som sair pelo alto falante. Já a vitrola, tinha a caixa de som, alto falantes e controles acoplados e não precisava de uma manivela, visto que a reprodução das músicas era feita de forma automática, por motores a base de eletricidade. 

Disco de vinil tocando em vitrola
[Imagem: Divulgação/Matthias Groeneveld/Pexels]

Com os vinis foi criada a estereofonia, ou mais conhecido como stereo, um sistema de reprodução de áudio que deixou uma sensação mais real e melhorou o som gravado, criando um envolvimento espacial entre o ouvinte e a música. Apesar de ter sido substituído mais pra frente, os vinis voltaram à moda recentemente com uma proposta mais vintage e bem aesthetic e muitas lojas e brechós ainda vendem esse tipo de disco. 

As fitas cassetes ou K7 foram uma revolução lançada pela Philips em 1960, pois com uma fita virgem era possível gravar ou criar sua própria música, sem precisar de uma mídia anteriormente disponível. Muita gente começou a fazer mixtapes ou até seleções usando os gravadores portáteis como o Walkman, criado pela Sony, que além de facilitar na gravação foi uma febre para quem curtia ouvir uma música nos fones de ouvido.

Fitas cassete
[Imagem: Reprodução]

Com os Compact Discs, ou mais conhecido como CDs, as outras mídias foram substituídas pelos aparelhos que reproduziam esse tipo de disco em casa ou na rua, como o Discman. Esses tipos de disco ficaram muito tempo em alta e foram a melhor opção para ouvir música durante muito tempo. Muito da sua fama se deu quando os aparelhos de rádio dos carros adotaram a entrada de CD

[Imagem: Reprodução/Douglas Heriot] 

Com a modernidade surgiram os MP3 Player, sendo o primeiro, o MPMan lançado pela empresa sul coreana SaeHan Information Systems em 1997. Logo depois, o iTunes foi criado para baixar e comprar músicas em computadores e 8 meses depois o iPod finalmente foi lançado trazendo uma super inovação: enorme armazenamento de músicas em formato digital. 

Poucos anos depois, a sensação de “comprar música” como uma coisa física foi desaparecendo lentamente e hoje quase ninguém usa mais CDs ou iPod, mas aplicativos de música pagos ou gratuitos que dão acesso a todo tipo de música, das mais antigas às mais atuais. O estilo de reprodução e de gravação das canções mudou drasticamente, e hoje, como a maioria das coisas na internet, se tornaram de fácil acesso para o público em geral. 

A criação e a notoriedade do YouTube pode ser considerada a maior virada na maneira de produzir e consumir conteúdo musical. Com uma indústria fonográfica cada vez mais evoluída, o surgimento do YouTube em 2005 e o encerramento das transmissões na tv aberta pela MTV brasileira em 2013, marcaram o fim de uma era e o início de uma nova, trazendo muitos benefícios para os amantes da música, mas também para todos aqueles que queriam produzir ou descobrir novas tendências. 

Página inicial do YouTube no ano de seu lançamento, 2005
[Imagem: Reprodução]

Considerado a Billboard da nova geração, o YouTube deu início a grande acessibilidade que se tem hoje nas redes sociais e nos aplicativos de música. A grande questão do site é a sua facilidade em viralizar muito conteúdo em um curto período de tempo, o que já fez muitas pessoas terem seus quinze minutos de fama. 

Em 2011, por exemplo, a californiana Rebecca Black lançou o hit mundial Friday, que viralizou de maneira grandiosa. Tempos depois o clipe no YouTube foi o vídeo com mais dislikes da história, mas não foi o suficiente para abalar a cantora que ainda faz parte do mundo da música. Seu último single Read My Mind foi lançado no final de 2021. 

Outra música muito viral mas por pouco tempo, foi Gangnam Style do coreano PSY. Com dancinha e tudo, o hit chegou ao Guinness World Records por ter sido o vídeo mais curtido no YouTube em 2012, o primeiro a alcançar a marca de um bilhão de curtidas.

Com essa grande fama, a plataforma também abriu espaço para outros grandes aplicativos de reprodução. Um pouco diferente da proposta do precursor, Spotify, Deezer, SoundCloud e outros apps de streaming tem como principal objetivo a reprodução de músicas e mais recentemente, podcasts. 

A internet fez isso, redescobriu novas maneiras de escutar música, mas também de se relacionar com ela em todos os sentidos. Nesse assunto, é impossível não mencionar a grande estrela dessa geração: o TikTok. O aplicativo surgiu exatamente para conectar os usuários com a música. Com vídeos curtos, ele proporciona novas interações entre pessoas e sons, que além de conteúdo criativo também tem um papel na revelação de novos artistas. 

Acessível: a palavra perfeita para descrever a música na era da internet e da tecnologia. Nessa geração, as canções se desprenderam de um conceito físico, não é mais comum ir a uma loja comprar um disco e por mais que a compra ainda ocorra de forma online, é muito menos impactante. Além disso, a universalidade que a reprodução musical alcançou nos últimos tempos também revela um caráter onipresente. 

No carro, em casa, na caixa de som ou no fone de ouvido, a música sempre está presente, e se fez mais ainda com essa acessibilidade que a internet e as inovações tecnológicas proporcionaram. Ela ajuda a expressar e a trabalhar com sentimentos e por isso todos veem uma grande necessidade de estar conectado com essa arte. E é por essa necessidade que a evolução da indústria acompanhou a humana e provavelmente continuará seguindo as grandes inovações da humanidade. Será interessante observar quais serão os próximos passos na evolução dessa arte e na maneira como todos se relacionam com ela. 

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