Quem nunca, em algum momento de sua vida, foi atrás de uma música triste para escutar enquanto passa por uma situação triste e complicada? O estilo musical Sad Girl tem como público alvo esses tipos de pessoas; aquelas que recorrem às letras melódicas como uma forma de lidar com o sofrimento ou, em alguns casos, até chorar ainda mais durante os três ou quatro minutos daquela canção.
Seja qual for o intuito da pessoa ao ouvir esse gênero musical, a indústria que promove esse tipo de música vem crescendo com uma força absurda, trazendo consigo alguns nomes populares como Billie Eilish, Lana Del Rey e Olívia Rodrigo. O que as três têm em comum? Todas fazem músicas cativantes com que muitos conseguem se identificar.
Existe um certo prazer, mesmo em tempos de sofrimento, em encontrar aquela música que se encaixa com tudo aquilo que está sendo sentido.
No entanto, esse estilo Sad Girl não é exatamente algo novo. Os anos 90 foram importantes para que muitas mulheres, muitas vezes excluídas, emergissem na indústria musical. Fiona Apple com seu álbum Tidal foi um grande sucesso pelo mundo. A jornalista Rebecca Haithcoat afirmou em matéria escrita para a Spin que se sentia melhor quando via que: ” não era apenas eu que se apaixonava por caras idiotas, se sentia triste, não gostava do seu corpo, e não era perfeita” .
Fiona tinha apenas 18 anos quando suas músicas estouraram. Ou seja, a cantora estava naquela fase em que decepções amorosas da adolescência são constantes. Esses acontecimentos misturados à uma capacidade magnífica de escrever e cantar foram a receita perfeita para o seu sucesso. Muitas garotas com os corações partidos conseguiam sentir tudo aquilo que a Apple cantava.
Atualmente, quando se fala desse estilo musical, é impossível não lembrar de Lana Del Rey. A cantora e compositora americana está há mais de 10 anos produzindo músicas melancólicas de sucesso. Suas canções trazem aspectos da década de 1940 de Hollywood, além de se inspirar em grandes artistas como Elvis Presley, Janis Joplin e Amy Winehouse. E como consequência de sua genialidade, Del Rey carrega consigo quatro Grammys.
Video Games e Blue Jeans foram as duas responsáveis por realmente lançar Lana na indústria musical, iniciando uma nova fase do pop americano. A cantora conseguiu, de forma inigualável, mesclar decepções amorosas com outros assuntos mundanos, como inseguranças pessoais.
”Você ainda me amará mesmo quando eu não for mais jovem e bela? Você ainda me amará mesmo quando tudo o que eu tiver for uma alma envelhecida?”, escreveu a cantora em Young and Beautiful.
Outro feito de destaque de Del Rey é conseguir misturar, de forma harmônica, gêneros como o melancólico com o hip hop. Em entrevista cedida à Pitchfork, Lana contou que no início de sua carreira, suas músicas foram muito rejeitadas por gravadoras, pelo fato de não se encaixarem no padrão massificado do pop. Contudo, atualmente, é considerada por seus fãs uma das maiores artistas americanas, com mais de 110 canções lançadas.
No final de 2021, falou-se ainda mais desse estilo após o lançamento do álbum de Adele e Taylor Swift, 30 e Red (Taylor’s Version) respectivamente. Ambos trazem músicas que expressam decepções amorosas de forma singular. Taylor traz a visão de uma jovem de 21 anos (idade que a cantora tinha quando gravou o álbum pela primeira vez) com coração partido e Adele, uma visão mais amadurecida do tema.


Mesmo que o Sad Girl Pop não seja algo novo, a forma como milhares de pessoas estão se apegando a esse tipo de música é. A indústria cresceu de forma significativa após a chegada de Billie Eilish no mercado. Billie, assim como Fiona Apple, era apenas uma adolescente quando estourou mundialmente. Mas Billie tinha algo que a Apple ainda não tinha: milhares de plataformas de streaming que possibilitam que suas músicas sejam ouvidas em, praticamente, qualquer lugar do mundo.
É quase impossível atribuir quem foi a criadora do estilo Sad Girl, mas uma coisa é fato: Billie Eilish é uma das maiores propagadoras desse tipo de música nessa geração. Em seu primeiro Grammy, a cantora fez história. Conquistou cinco troféus, se tornando uma das artistas mais jovens, e a primeira mulher a conseguir tal feito.
Uma parte do grande sucesso das músicas Sad Girl se deve ao fato de que há forte identificação por parte do público com as letras tristes, que trazem a verdade nua e de forma direta; sem floreios, sem eufemismos. A música, arte criada há milhares de anos atrás, foi feita com o propósito de trazer alegria e diversão. Talvez essa ruptura com o intuito original da musicalidade seja outro grande atrativo para os ouvintes. Ou talvez cantar esse tipo de música seja apenas uma forma de catarse.
Com origem grega – kátharsis – o termo significa purificação do espírito humano; é um método de expulsão. Nesse caso, às vezes os ouvintes só estão buscando expulsar todo o sentimento que estão sentindo para fora de si mesmos.
No entanto, não é necessário que a pessoa esteja sofrendo para gostar e ouvir esse tipo de música. Afinal, se elas são tão boas assim, a tendência é que muitos passem a conhecê-las gostem cada vez mais. Por isso, a Frenezi preparou uma playlist incrível, Sad Girl – Frenezi Style, para os amantes da melancolia que trazem as músicas nessa vibe Sad Girl, para que ela possa ser escutada no carro, no banho, na cama… onde a vontade de ouvir e cantar surgir.