Já faz vinte e um anos desde a estreia do reality show mais famoso do Brasil. Todos já assistiram, ou pelo menos viram casualmente a exibição do programa na maior emissora de televisão do país. Desde antigamente o BBB gera muita audiência — claro, não havia o patrocínio que hoje é apresentado, as ferramentas de votação eram analógicas e somente anônimos faziam parte do programa. E, apesar de todas as mudanças, o brasileiro nunca abandonou esse reality.
Obviamente, a participação não existe em troca de nada. Um prêmio alto em dinheiro é uma das únicas motivações que une todos os participantes. Nas primeiras edições, os brothers apresentavam uma condição financeira um pouco mais baixa, não existiam redes sociais e a exposição gerada era simplesmente por carisma e atitudes apresentadas na televisão. Ou seja, ganhar público em redes sociais por interação com os espectadores era uma prática completamente distante.
O famoso paredão foi nomeado de berlinda na primeira edição. Todo aquele sistema de estaleca e provas dinâmicas não existia. A votação para eliminação de participante era feita por telefone ou por SMS, o que claramente não é o método atual. Apesar do pay-per-view sempre ter sido importante, quem definia o resultado do jogo era o povo brasileiro que tinha contato com o programa no ‘ao vivo’, em outras palavras, no sofá. Com a popularização de aplicativos de streaming, o Globoplay tomou conta e agora quem decide é o público da internet a partir do mutirão de votos.
O jogo não era visto como necessariamente um jogo, mas sim como um programa de televisão para ganhar uma bolada. Poderiam sair talentos da edição, por exemplo: Grazi Massafera, Juliana Alves, Sabrina Sato, entre outros — entretanto, essa nunca foi exclusivamente a intenção dos participantes mais antigos; Agora, a exposição é um dos pontos principais para quem se inscreve.
O formato mais recente em relação à adição de camarote e pipoca mudou completamente a dinâmica do reality show, já que existem brothers com alcance e engajamento elevado em comparação a outros, condição financeira mais tranquila e, claro, uma fanbase. Evidentemente, ser camarote não garante a vitória do BBB; É sempre necessário agradar o público — em alguns casos, pode até atrapalhar a carreira anterior. Com o Brasil todo assistindo, falas e atitudes serão sempre vigiadas (e corrigidas, se necessário).
E por que o brasileiro gosta tanto desse programa? O programa era como uma história. A própria Globo organizava os VTs, seus heróis, seus vilões e sua narrativa para as edições anteriores — e o sofá comprava. A popularidade atingiu o auge nas edições do final da primeira década de 2000. Por um tempo, foi levemente rejeitado pela população brasileira em comparação aos anos anteriores, mas sempre deu muita audiência. Hoje em dia já é diferente; A pandemia do COVID-19 em 2020 trouxe a repopularização do programa Big Brother Brasil e, desde então, ele tem sido um fenômeno. Porém, quem monta a narrativa agora é o público. Quem é vilão? Quem é a vítima? Quem merece ganhar? Quem merece sair? Quem é ruim? Quem é bom? Tudo isso é tudo decidido pela internet.
A verdade é que o povo brasileiro gosta de assistir a desavenças, romance, amizades e tretas na TV aberta – e o BBB nunca sairá de moda. Além da sensação prazerosa de ter a disponibilidade de vigiar alguém a todo momento, o poder de controle sobre quem continua no programa e quem sai é muito interessante para muita gente – E lógico, o tópico fascinante da simulação da realidade mostrada para todos sempre será instigante.
Agora com a presença da enorme diversidade brasileira, além de informações 24h por dia sobre o programa, a empatia pelos participantes aumenta (algo que o Brasil gosta muito). A cada ano que passa há mais patrocínio, e com isso o prêmio é maior. Pode mudar de apresentador, de patrocinador e até de entrevistadores, mas ele sempre terá um espaço especial no coração dos espectadores brasileiros.
Frenezi 