Toda produção apresenta estereótipos: seja o da “loira burra” ou o do “príncipe encantado” e com heróis e vilões isso não seria diferente. Muitas tramas que apresentam uma luta entre o mocinho e o vilão (alô, filmes da Disney!) costumam usar estereótipos para diferenciá-los, ou seja, utilizam-se de alguns padrões específicos para que o telespectador consiga identificá-los na narrativa. E essa imagem de vilania do antagonista pode apresentar uma figura de uma pessoa ou criatura não muito boa, tornando esses estereótipos marcantes para a indústria cinematográfica.
Neste texto vamos mostrar os principais estereótipos e quais os truques que Hollywood utiliza para diferenciar mocinhos de vilões.
Deformidades
As imperfeições na pele estão presentes na maioria dos vilões nos filmes, seriados de televisão e em animações. Um antagonista com deformidade bastante marcante no cinema é o Lord Voldemort (Ralph Fiennes), da franquia Harry Potter (2001-2011), que possui uma aparência assustadora e a ausência de cavidade nasal, assim como Vecna (Jamie Campbell Bower), o vilão mais perverso da quarta temporada de Stranger Things (2016- presente), que além da falta de nariz, possui diversas deformidades pelo corpo. Muitos vilões chegam até mesmo a assumir uma forma antropomorfizada como os Orcs da franquia Senhor dos Anéis (2001 – 2003) e suas deformidades quase animalescas.



Pintas, sardas e olheiras
A maioria dos vilões da Disney possuem algumas dessas condições na pele enquanto os bonzinhos não possuem nenhuma dessas marcas. Alguns exemplos de antagonistas são a Úrsula com sua pinta no filme A Pequena Sereia (1989), o Jafar de Aladdin (1992), o Scar de O Rei Leão (1994) e o Facilier de A Princesa e o Sapo (2009), ambos com olheiras.




Máscaras e Maquiagem
Esse traje que cobre o rosto dos vilões é bastante habitual nas produções cinematográficas, principalmente nos filmes de terror e de super heróis. A máscara, na maioria das vezes, é usada para esconder o rosto desconfigurado e também a identidade da pessoa, tornando- a mais assustadora.
Jason Voorhees, de Sexta-Feira 13 (1980), é mais um dos exemplos por apresentar um rosto deformado e, logo, ele se esconde com uma máscara de goleiro de hóquei. Além dele, Michael Myers, de Halloween (1978), assalta uma loja e pega uma máscara do Capitão Kirk, o personagem de William Shatner na série Star Trek. E, para finalizar os antagonistas de slasher, Leatherface, de O Massacre da Serra Elétrica (1974), é um dos mais macabros, pois ele usa pele humana para cobrir seu rosto.



O Coringa não possui máscara, mas usa a maquiagem para esconder suas cicatrizes, assim como também o palhaço Pennywise em It: A Coisa (2017).


Não tem como deixar de lembrar do vilão mais marcante do cinema e o mais poderoso da galáxia, o Darth Vader, da franquia Star Wars, com a icônica máscara, que faz barulho na respiração e seu traje todo preto marcaram a indústria cinematográfica.

Os seriados não ficam de fora, no caso da série da Netflix, The Umbrella Academy (2019 – presente), os assassinos Hazel e Cha-Cha são vilões que viajam no tempo durante a primeira temporada e utilizam máscaras de desenhos animados coloridos que escondem suas identidades.

Formato do rosto
O estereótipo muito comum nos vilões é o formato do rosto, a maioria deles apresenta uma espécie de design, principalmente em desenhos animados. As formas pontiagudas (queixo, rosto, maçãs do rosto), nariz grande e pontudo, dedos magros e pontiagudos, unhas pontudas, dentes pontiagudos, sobrancelhas arqueadas são associados como ameaças ou perigosos. Como o caso dos vilões da Disney, a Malévola de A Bela Adormecida (1959), a Cruella de 101 Dálmatas (1996), o Facilier de A Princesa e o Sapo (2009) e entre outros. Enquanto os protagonistas exibem aquele formato mais suave e mais curvado que mostram aquela imagem de leveza.



Uso de cores e figurino
Os figurinos contribuem com a identidade dos vilões e passa aquela mensagem para o telespectador entender as características dos personagens sobre a trama. As roupas, geralmente, mostram um formato mais pontudo nas bordas e os comprimentos são longos para cobrir os braços, as pernas e a cabeça, a Malévola e a Rainha Má são um dos exemplos de exibir uma imagem de maldade e pânico devido às suas vestimentas.


Além disso, a caracterização dos vilões são influenciados possuem significados para transmitir uma mensagem e caracterização do personagem. A cor vermelha significa vingança, preto é reconhecido como escuridão e trevas, roxo ou púrpura representa arrogância e crueldade e, por último, o verde como inveja e destruição. Essas cores são mostradas na maioria dos vilões e conseguem demonstrar o seu lado obscuro na história.
Questão dos corpos
A corporação chama a atenção para identificar quem é o bonzinho e o malvado na história, alguns vilões não apresentam aquele corpo padrão, como as princesas da Disney, que são magra com cintura curvada, abdômen definido e seios elevados. No caso da Ursula de A Pequena Sereia, ela é uma antagonista sobrepeso para tentar se diferenciar da protagonista, a Ariel. Outra questão estética é a magreza extrema, como Facilier, Cruella, Jafar e Scar, que representam, além dos protagonistas, aquela mensagem de maldade, de magos e bruxaria. Eles exibem os braços e as pernas finos, o corpo muito alongado e distorcido e, em alguns casos, o pescoço comprido.




Falando das condições dermatológicas e estéticas dos antagonistas, é necessário lembrar que não são refletidos como malvados, pois, ultimamente, a indústria cinematográfica está gradativamente evoluindo e mudando nessas questões físicas. A aparência dos personagens para que esses modos da pele e também dos corpos não influenciam de forma negativa nas pessoas e crianças que possuem esses estereótipos.