FLO: O novo Girl Group que representa o comeback do R&B

Ouvir falar sobre Rhythm and Blues (R&B), e não lembrar da icônica era de ouro da música com Destiny’s Child, TLC, Mariah Carey, Diana Ross e Alicia Keys, é impossível. Ele surgiu no final da década de 1940 como uma extensão do gospel e do blues, mas em 1990 começou a ser comercializado como subgênero do funk, do jazz, do rock, do blues e do soul, praticamente um mix de gêneros musicais. 

O R&B contemporâneo, como ficou conhecido, foi muito difundido por grupos e artistas negros do Estados Unidos e do Reino Unido, e apesar de representantes muito diversos, foram os girl groups que marcaram essa geração entre os anos 1990 e 2000. Hoje, passados mais de 20 anos do sucesso de uma era, é raro ver grupos de mulheres que fazem sucesso em estilos diferentes do pop, que é o mais conhecido e adotado pelas artistas. 

A geração Z já está acostumada com os girl groups que se separaram nos últimos anos, como Fifth Harmony e Little Mix, mas também com o surgimento de alguns que começaram a fazer sucesso em gêneros mais modernos, como o K-pop e seus representantes, como Blackpink e Girls Generation. A falta de novos grupos femininos no cenário musical chama atenção, mas foi questão de tempo para novidades na indústria. 

Quebrando todas as regras e padrões dos grupos atuais, surgiu o FLO, grupo feminino composto por Jorja Douglas, Stella Quaresma e Renée Downer, três mulheres negras que se inspiram no R&B contemporâneo para suas canções. O grupo surgiu no Reino Unido em 2019, e diferente das formações tradicionais de grupos musicais, que normalmente provém de concursos e competições, a conexão entre elas e com a música vem da infância. 

Aos 5 anos, Stella se mudou de Moçambique para Londres e na escola conheceu Renée. Por meio das redes sociais conheceram Jorja, alemã criada na Inglaterra. O grupo foi formado e elas começaram seu trabalho com regravações no TikTok. Mas foi com o single de estreia Cardboard Box, produzido pelo britânico MNEK (Little Mix e Dua Lipa), que FLO conquistou fãs e a internet. 

Depois de um fã postar um vídeo da canção no Twitter que a música viralizou e se tornou hit em questão de minutos nas redes sociais, principalmente no TikTok, onde as dc´´s rapidamente foram criadas para o som. Abordando superação de relacionamentos, a canção tem um ar de pop misturado ao clássico R&B dos anos 2000, que tem uma estética leve e confortável aos ouvidos, além do clássico ritmo contagiante do gênero.  

@flolikethis

@remiblack SNAPPEDDD on this choreo for the Cardboard Box music video🥰 #cardboardbox #newmusic #fyp

♬ Cardboard Box – FLO

Vivendo e fazendo música no século da tecnologia, o grupo já estava esperando que as redes sociais pudessem alavancar seu trabalho e não ser um obstáculo: “Não é um fator primordial quando fazemos uma música, mas, às vezes, você consegue imaginar algo que pode ir bem no TikTok. As mídias sociais são parte do jogo”, disse Stella em entrevista ao Estadão

A partir do sucesso nas redes sociais, o grupo começou a chamar a atenção de outros artistas envolvidos no gênero, como SZA, Missy Elliot, JoJo e Kelly Rowland, ex-integrante do Destiny´s Child. SZA até repostou em seus stories do Instagram um clipe da música nova das meninas com a legenda: “Ooooooooooo eu gosto muito disso”, em tradução livre. 

Stories de SZA no Instagram reagindo a FLO

Em entrevista ao The Line of Best Fit, o trio comentou sobre seu primeiro sucesso: “Cardboard Box é uma das primeiras músicas que escrevemos como grupo e durante o processo nos abrimos sobre lutas de relacionamento e experiências de seguir em frente com um ex […] Queremos que as pessoas fiquem leves e empoderadas- tipo, tá tudo bem encerrar um capítulo ruim da sua história!”. 

Após o hit se tornar a maior faixa de estreia de um grupo em mais de uma década, alcançando mais de 40 milhões de reproduções, FLO venceu o Brit Awards em 2023. O grupo foi o primeiro a ganhar o prêmio na categoria de Estrela em Ascensão pela premiação britânica.

FLO, vencedoras do Brit Awards 2023 na categoria Rising Star
Imagem: [Divulgação/Billboard]

A nostalgia que acompanha Cardboard Box e outros trabalhos do grupo vem com força por meio das redes sociais. São estilos antigos que, de alguma maneira, voltaram a ter influência nos aplicativos e chegaram em peso nas roupas, música e penteados. A estética de FLO segue essa volta dos estilos dos anos 2000, tanto na música quanto no visual, e até nos clipes, que incluíram a aparência retrô.

Por enquanto, o único EP do grupo foi lançado em julho de 2022, The Lead, que contém 5 faixas. Logo depois, lançaram o single Not My Job e alguns remixes de Cardboard Box. O álbum é perfeito para fãs de Destiny’s Child e TLC, pois incorporou completamente a vibe R&B dos anos 2000. Elas entregaram vocais, ritmo e pura nostalgia nos hits da produção.

No começo de 2023, FLO lançou um remix da música Hide & Seek, do cantor britânico Stormzy, e as vozes do grupo encaixaram perfeitamente com a do rapper. No final de março, o grupo se juntou à Missy Elliot para um feat nostálgico, empoderador e contagiante. Fly Girl fala sobre se cuidar e se sentir bem consigo mesma, sem precisar de homens para “arrasar na pista”.

Na busca pela representatividade e pelo empoderamento, FLO volta às origens de um gênero clássico, mas que hoje é muito distinto ao R&B, para abordar os altos e baixos das clássicas questões femininas do século XIX. Sem perder a essência do gênero, elas usam dos recursos da era em que vivem para mostrar que o gênero vive nesse século e nas mulheres que fazem música. 

O grupo está se tornando o maior representante do R&B moderno. Abordando questões atuais de maneira autêntica, as meninas se inspiram nas divas do gênero da década passada, mas não deixam a originalidade de lado. Sua formação e seu sucesso demonstram a perfeita evolução dos modernos girl groups, mas à caminho de uma desconstrução do clássico gênero musical pop que as mulheres normalmente estão inseridas.

FLO chegou para ficar. O mundo da música clama por novos ares e vozes que podem significar comebacks importantes na indústria musical. Por isso, o grupo é um prato cheio para os fãs de R&B e promete ser uma das maiores apostas para o futuro das girl groups. É melhor ficar de olho em uma das melhores propostas dessa geração. 

A24: A produtora que conquistou o cinema

Todos os anos, listas de melhores filmes ou até mesmo o Oscar, recebem filmes da mais badalada produtora de filmes do cinema hoje. A A24 é uma produtora independente, que surgiu em 2012 pelas mãos de Daniel Katz, David Fenkel e John Hodges, três produtores de cinema que deixaram seus empregos na época para fundá-la. 

Seu nome, um tanto quanto inusitado, surgiu quando Katz estava passando pela Autoestrada A24 na Itália e diz ter tido um “momento de claridade”, que o inspirou na construção da produtora. Os filmes distribuídos por ela são diferentes e têm o intuito de distorcer aquela imagem clássica do cinema, da indústria cinematográfica no geral. A maior inovação é a experiência imersiva que seus filmes propõem, tanto de imagem, quanto de som e ambientação dos cenários. 

Quem trabalha com a A24, no caso os diretores e roteiristas, têm carta branca para transformar seus filmes no que quiserem, com total liberdade criativa, indo além dos padrões de Hollywood. Ex Machina, por exemplo, longa de 2015 dirigido pelo diretor estreante – antes roteirista – Alex Garland, tem uma abordagem totalmente fora dos filmes convencionais que abordam a inteligência artificial. 

Desde o início, eles visam a distribuição de filmes e diretores iniciantes na indústria, dão um gás na produção e rapidamente se tornam febre, o que é muito bom para a visibilidade dos diretores e da própria produtora. 

A verdade é que a A24 se consolidou como uma produtora totalmente fora da curva das outras no mercado, principalmente sobre a maneira que “vende seu peixe”. Moderna e focada na internet, seus alvos são mais startups do que as empresas tradicionais de publicidade. Sem escritório para formular suas propagandas, tudo é feito online, através de vendas de produtos exclusivos dos filmes produzidos no site oficial, memes nas redes sociais e até perfil no Tinder para a personagem principal de Ex Machina. A internet se tornou seu novo outdoor.

Essa forma que a A24 encontrou para divulgar seus filmes começou a atrair um público misto, jovens e adultos que se uniram na imersão audiovisual que os filmes oferecem. O grande e mais recente hype da produtora se deve muito ao Twitter, onde a maioria de seus trailers, pôsteres e datas dos lançamentos são divulgados. Essa entrega online de seu conteúdo fez com que a produtora conquistasse cada dia mais um público plural, assim como seus filmes. 

A A24 é muito conhecida por seus filmes de horror/terror psicológico, principalmente com a febre desse gênero nas redes sociais nos últimos anos, mas diferentemente do que muitos pensam, não foram só esses gêneros que a produtora se encarregou de divulgar. Como os diretores têm total autonomia, todo e qualquer gênero de filme pode ser feito. 

O primeiro longa distribuído pela produtora, por exemplo, foi As loucuras de Charliedo diretor Roman Coppola. O longa conta uma história cômica, mas bem feita, com uma história leve e com boas reflexões, bem diferente dos famosos filmes de terror da mesma, como Midsommar e Pearl

Muitos outros filmes já passaram pelo radar da A24, os primeiros, menos conhecidos apesar do elenco de peso. Spring Breakers foi o longa que impulsionou o sucesso da produtora. Dirigido por Harmony Korine, ele conta a história de quatro jovens que se envolvem com um criminoso e precisam fazer um favor a ele. O elenco não deixa a desejar com James Franco, Selena Gomez e Vanessa Hudgens. É uma comédia de erros, bem polêmica, mas acabou entregando muita risada e faturamento para a produtora, que arrecadou US$ 31.2 milhões, dando seu pontapé inicial. 

Elenco de Spring Breakers
Imagem: [Divulgação]

Em 2015, a produtora distribuiu Ex Machina, Amy, e O Quarto de Jack, todos ganhadores de estatuetas no Oscar de 2016, o que fez com que a A24 subisse de nível na indústria cinematográfica e ganhasse um lugar com seus filmes diferentes no meio de Hollywood. Até hoje, em pouco mais de 10 anos da sua consolidação, a produtora já arrecadou 31 indicações ao Oscar. 

Neste ano, Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo foi o queridinho da premiação, e sem surpresa, é mais uma produção da A24. A Baleia e Aftersun também estiveram presentes representando a produtora. Ganhadores de muitos Oscars, inclusive de Melhor Filme, os três têm histórias distintas e variam entre drama, multiverso e imersão e representam bem a variedade das produções, inclusive dentro de uma grande premiação do cinema. 

Por conta de todo o sucesso da A24, uma legião de fãs da produtora surgiu nas principais redes sociais e muitos abriram uma discussão sobre a idolatria a esse tipo de empresa que apenas busca o lucro pelas produções. A questão defendida é que as obras distribuídas pela A24 sejam analisadas e avaliadas separadamente da produtora que as produziu e assim não deixem com que essa reputação criada em torno da distribuidora seja o censor para um filme. 

Mas além dessa discussão, há também a questão da identidade que as produtoras produzem ao longo do tempo, que, no caso, a A24 não tem. As obras produzidas e divulgadas por ela são fruto da liberdade criativa que dão aos diretores parceiros, o que faz dos filmes cada um com um universo próprio. Talvez seu crescimento se dê a isso, os diretores gostam de trabalhar com eles. 

Além de muitos outros, dentre os filmes mais vistos da A24 estão Moonlight– Sob a Luz do Luar, X – A Marca da Morte e sua prequela Pearl, Lady Bird- Hora de Voar e O Farol

Moonlight- Sob a Luz do Luar

O ganhador do Oscar de Melhor Filme de 2017 foi Moonlight, um drama distribuído pela A24. O longa conta a história de vida de Chiron, um jovem negro que cresce na periferia de Miami e enfrenta muitas dificuldades na sua autodescoberta. O filme mostra as três fases da sua vida, infância, adolescência e maturidade, passando pelas transformações e abusos que sofreu durante seu crescimento físico e emocional. O longa se tornou o primeiro filme com um elenco todo de negros e o primeiro filme de temática LGBTQIA+ a ganhar a estatueta de Melhor Filme.

X- A Marca da Morte e Pearl

Os dois mais recentes e mais queridinhos projetos da produtora são X e Pearl, longas de terror que foram gravados simultaneamente. Lançado no começo de 2023, X: A Marca da Morte, dirigido pelo influente diretor no meio do horror, Ti West, conta a história de um grupo de amigos que vão a uma fazenda no Texas gravar um filme pornô e durante as filmagens coisas estranhas começam a acontecer entre os atores e os donos da fazenda onde ocorrem as gravações. Tudo acaba em banho de sangue, assim como os clássicos filmes de terror slashers do século passado. Maxxine, representada por Mia Goth é a protagonista e a título de curiosidade, com muita maquiagem, também é Pearl, a senhora dona da fazenda e causadora dos maus entendidos. 

Pearl é uma história que volta a 1918, ambientada no Texas, exatamente na mesma fazenda vista em X. É nesse filme que as origens da vilã de X serão descobertas e como ela se tornou o que é. Pearl sonha em se tornar uma estrela de cinema, porém, ela entra em um frenesi assassino quando o mundo não a ajuda com seus desejos.

A história não para por aí, MaXXXine, o terceiro filme da sequência já foi anunciado e deve contar a história de Maxine depois de sua fuga da fazenda. Ainda não tem data de estreia. 

Lady Bird- Hora de Voar

Protagonizado pela icônica Saoirse Ronan, Lady Bird conta a história de Christine, ou Lady Bird, como exige ser chamada, que em sua passagem da adolescência para a vida adulta vive uma vida de aprendizados, erros e acertos. Ela quer sair de casa e fazer faculdade em outro Estado, mas vive brigando com sua mãe, um dos focos centrais do filme. Durante esse crescimento pessoal, Lady Bird vive um namoro, amizades e os clássicos rituais de passagem para a maioridade. Foi o primeiro longa de Greta Gerwig como diretora solo e fez um ótimo trabalho em mostrar com sinceridade essa etapa de amadurecimento na vida de qualquer jovem. 

O Farol

Mais um terror psicológico da A24. Não poderia ser mais inusitado ver Robert Pattinson e Willem Dafoe protagonizando um filme preto e branco situado no século XX. Os dois são responsáveis pelo farol de uma ilha isolada e ao quererem descobrir o que acontece por ali, eventos estranhos começam a acontecer. Mas acontecem mesmo ou estão os dois enlouquecendo? Todo o filme é ambientado na ilha e no farol, onde os protagonistas trocam farpas a cada segundo, deixando um ar de dúvida sobre a relação que tem. É um filme intenso, imagem, som, luzes, tudo se combina para a criação de um cenário envolvente, assustador e contestador do que ocorre por ali. A direção é de Robert Eggers. 

Além de todas as discussões em torno do sucesso da A24, é inegável que ela se consolidou como uma das maiores e mais influentes produtoras atualmente, principalmente pela maneira como vende seus filmes através da internet e como os torna mais envolventes ao público. 

Dá pra ficar de olho nos próximos filmes que vão fazer parte da longa lista de filmes que coleciona a produtora. Beau is Afraid, Beef, You Hurt My Feelings, Past Lifes e Talk To Me são os próximos lançamentos. Agora resta esperar e escolher qual vai ser o próximo favorito da vez. 

A ascensão das “faixa rosa” na cena do trap brasileiro

Para quem acompanha o mundo da música no Brasil, não é novidade que o trap esteja ganhando um espaço extraordinário dentro da indústria musical. Nascido como um subgênero do rap, o trap surgiu em Atlanta, Estados Unidos, entre os anos 1990 e 2000. Sempre foi caracterizado por ser um pouco mais “agressivo” do que o rap em si, tanto na letra das músicas quanto na batida. Mesmo com algumas divergências, o trap e o rap ainda se mantêm conectados pelo conteúdo das músicas, que geralmente abordam questões raciais, desigualdade, ostentação e a vida nas periferias. 

No Brasil, esse estilo começou a circular e ser aderido em 2013, mas seu consumo ficou muito intenso a partir de 2016, com grandes nomes do trap, como Raffa Moreira, Sidoka e Recayd Mob. O trap foi construído pela ótica cultural, espacial, midiática e social vinda das favelas e periferias, que, inicialmente, em São Paulo, já mostravam uma potência nessa cena. As letras são como poesia e trazem uma visão de como o intérprete vive naquele lugar descrito na canção. Sexo, racismo, desigualdade, dinheiro e as experiências de cada um são o ponto chave do trap, que ao se misturarem com o beat e auto-tune, o tornam um estilo único.

É fato que o trap já é destaque na indústria brasileira, e mesmo que seja um dos estilos mais escutados hoje, a maioria das músicas são interpretadas por homens, trazendo um debate sobre a posição feminina e a visibilidade que possuem na cena atualmente. Assim como no rap, as mulheres tiveram que enfrentar o patriarcado e as questões de gênero para alcançar um espaço digno, mas, mesmo assim, ainda não conseguiram grande reconhecimento no subgênero. 

Mesmo que as trappers mantenham a ousadia do estilo que cantam, não deixam que os mesmos temas que são abordados por homens sejam o principal de suas músicas. Com mais glamour, elas inovam na abordagem de questões importantes, principalmente as de gênero, combinadas com pautas raciais e sobre vivências nas periferias. Pode se parecer muito com o que os homens cantam, mas é diferente ao passo que levam representatividade e empoderamento aos ouvintes, principalmente a outras mulheres e meninas que se identificam com as letras.

As chamadas “faixa rosa”, são as “divas da rima”, mulheres empoderadas e maduras nas questões sexual e amorosa, que alcançaram a independência, principalmente financeira, e que fazem música (rap, trap e funk) com temas que identificam em suas vidas reais. O termo “faixa rosa” é muito comum na Região Sudeste do Brasil, principalmente no Rio de Janeiro, e se refere a essas mulheres que ostentam sua liberdade. 

Um exemplo está presente na música Faixa Rosa, da AZZY, cantora destaque na indústria do rap, na qual deixa claro a sua independência: “Ele me chama de braba, de faixa rosa, fala que eu sou gostosa e é doido pra me pegar. Sabe que eu não dependo de ninguém, tenho meu copão também, desencosta que eu quero dançar.” 

Muitas se mostraram relevantes na cena e a maioria representa autonomia a outras que pretendem entrar no ramo. Por menor que seja o número de artistas mulheres no trap, é muito importante o incentivo que as presentes e com maior visibilidade levam para as futuras trappers da geração. 

Ebony

Ebony nasceu em Queimados, na Baixada Fluminense, e começou a fazer sucesso aos 18 anos, quando gravava músicas autorais direto do seu celular, por meio de aplicativos que disponibilizavam beats. Em março de 2019, lançou sua primeira música oficial, Ca$h Ca$h e depois continuou gravando hit atrás de hit. Em entrevista ao João Vitor Pena para o Medium, Ebony fala sobre como é ser considerada a primeira trapstardo Brasil: “Eu gosto de ser a primeira mulher a fazer trap no Brasil, mas isso me assusta, porquê já era pra ter mais!”. 

Em Bratz, um de seus primeiros hits, ela rima sobre a posição da mulher no cenário, sobre ostentação e hype, exatamente como o trapé traduzido como uma expressão musical de sua realidade. Hoje, com mais de 253.126 ouvintes mensais no Spotify, Ebony foi a única mulher a aparecer no documentário de 2019 produzido pelo streaming, “O trap nacional mostra a que veio”. Desde então, se consolidou como uma das maiores trappersdo país e inspiração para outras mulheres na cena.

Onnika

Nascida em Diadema, São Paulo, Onnika começou a fazer sucesso com apenas 19 anos, ao lançar seu primeiro single Ayo Bih, música que é recheada de ostentação e empoderamento. Depois disso, lançou hits com grandes nomes da cena, como Bin, Tasha e Tracie, Febem, Ebony e outros. Em 2022, lançou o ep ONNiKA, onde mistura vocais bem trabalhados com grandes características do trap. 

Cristal

Ganhando destaque na cena do trap nacional nos últimos anos, a artista Cristal, de Porto Alegre, é um dos nomes mais promissores da cena. Ela já se dedicava à poesia antes de entrar para o mundo da música, mas se destacou quando lançou o single Ashley Banks, em 2019, que faz referência ao seriado Um Maluco no Pedaço e quebra a lógica do racismo, o qual associa pessoas negras à pobreza e à miséria. Cristal participou da faixa Deus Dará, de Djonga, e ganhou muita notoriedade ao mostrar sua voz imponente na música. 

Suas letras abordam, sobretudo, questões raciais e sociais, levando o que passou em sua vida para as letras de suas músicas. Seu último lançamento foi o álbum Quartzo. Nele, cada faixa representa um cristal e um pedaço da sua vida: “A música e a poesia são quase como livros abertos sobre a nossa vida. Sempre senti esse incômodo e, ao mesmo tempo, essa necessidade de falar. Isso está sempre me dividindo como artista e como pessoa.” 

Tasha e Tracie

As irmãs Tasha e Tracie, aos 26 anos, estão despontando na indústria do trap nacional. Elas são as responsáveis por criar o Expensive Shit, nome do blog onde falam sobre a valorização da população negra nas periferias por meio da arte, moda e informação. Já eram ativistas desde cedo. Trabalharam sempre em prol das lutas raciais e periféricas e através disso, começaram uma carreira na moda, transformando peças a partir de roupas compradas em brechós e criando um estilo próprio, seguindo sua ancestralidade e gosto. 

A entrada das irmãs no mundo da música começou em 2019, quando lançaram o álbum Rouff. Seguiram com o disco Diretoria, lançado em 2021, repleto de brasilidades, faz referências à escolas de samba, lifestyle e claro, empoderamento: “Enxergamos ‘Diretoria’ como um pé na porta. A gente tentou passar um recado que somos MC’s, sem essa de RAP de Mina.”, comentou Tasha ao Portal Popline. 

A última parceria foi com Ludmilla, em Sou Má. A música se tornou hit em pouco tempo e já alcançou mais de 4 milhões de reproduções no Spotify. Além de fazer parte de uma nova fase da carreira de Ludmilla, que está se aventurando em novos gêneros musicais, também representa um grande símbolo de representatividade na junção de três mulheres negras que cantam sobre autoestima, independência e ostentação de suas próprias conquistas. 

Ebony, Onnika, Cristal e Tasha e Tracie são apenas algumas das representantes de uma cena complexa, ampla e repleta de mulheres diferentes, com vivências e realidades distintas. Suas ações dentro do movimento devem ser enaltecidas como símbolo da representatividade e empoderamento que levam em suas rimas, e onde apresentam o resultado de uma grande luta para ganhar espaço dentro de um ambiente que sempre foi majoritariamente masculino e ainda deve ser conquistado por muitas outras “divas da rima”. 

Gloria: romance, sexualidade e liberdade.

Como prometido em outubro de 2022, Sam Smith lançou seu quarto álbum de estúdio, Glória, na última sexta-feira (27). O cantor britânico deixou fãs e apreciadores ansiosos para o projeto completo depois do pequeno spoiler do que tinha por vir com o lançamento, em setembro de 2022, do sucesso Unholy, com parceria de Kim Petras. O hit alcançou o topo da Billboard Hot 100 e dominou trends nas redes sociais. 

 O álbum conta com 13 faixas e grandes parcerias como de Ed Sheeran, Jessie Reyez, Koffee e Calvin Harris, mas o que deixou a todos com uma pulga atrás da orelha foi a escolha do nome do álbum. Ao podcast Rule Breakers da BBC, Sam explica que Gloria foi o nome que deu a sua voz interior, uma voz lutadora que deve ser alimentada: “Existe uma voz lutadora em todos nós e você só precisa cuidar disso”. 

“Chamei meu álbum de ‘Glória’ porque chamei aquela voz dentro de mim de Glória. É como uma voz na minha cabeça que apenas diz: ‘Você consegue’.” Não só inspirador, o álbum também é um símbolo de empoderamento e representatividade, é sobre ter a liberdade para se encontrar dentro de si. 

Na mesma entrevista à BBC, Sam menciona sua trajetória na descoberta de sua identidade: “Acho que sempre fui não-binário, sempre fui queer. E eu sempre me senti assim”, explicou. “Muito, muito estressante e assustador, mas no minuto em que encontrei essas palavras e encontrei esta comunidade, minha paz interior se acalmou pela primeira vez em anos. Foi incrível”, finalizou o artista. 

A primeira faixa do álbum é exatamente sobre amor próprio e autodescoberta. Love Me More foi lançada a quase um ano atrás, em abril de 2022, já deixando um gostinho de quero mais para as próximas faixas. A música começa com um ar mais melancólico, mas não perde a essência dançante que Sam oferece nas suas músicas e traz uma batida contagiante que segue até o final da canção. O clipe foi lançado na mesma época e traz imagens de Sam se amando mais, literalmente!

A próxima faixa, No God fala sobre o próximo sempre querer estar certo, sobre querer provar algo. Não há uma história por trás da música, mas tem uma letra perfeita para quem quiser soltar alguma indireta: “Por que você tem que estar no controle? Quando você estiver errado, baby, deixe pra lá. Só porque é a sua opinião, não significa que está certo.” Com um som clean e leve aos ouvidos, a voz do Sam se mostra bem característica nessa faixa.

Hurting Interlude é um interlúdio – um intervalo entre as canções de um álbum, que pode ser feito através de um som ou voz. Nesse caso, Sam opta por uma voz que em 18 segundos diz: “Ter que mentir, eu sinto, é a parte mais triste e feia de ser homossexual. Quando você tem sua primeira experiência amorosa ruim, por exemplo, você não pode ir até seu irmão ou irmã e dizer: ‘Estou sofrendo’”.

A ordem das faixas foi muito bem planejada, já que o interlúdio precede Lose You, a canção que fala sobre perder o parceiro, talvez fruto de uma experiência amorosa ruim. A música não é melancólica apesar do que sua letra sugere, tem uma batida dançante, poderosa, que fala diretamente com quem quer que pretenda deixar o interlocutor da canção.

Logo em seguida, Perfect, um feat comJessie Reyez,apresenta uma vibe mais romântica. Essa música fala sobre conquista, parar com as noitadas para um provável romance ao lado de alguém: “Pode ser o tempo certo para você cara, sim. Tenho um sentimento de que pode ser você, deve ser você.” 

Finalmente chegou a hora do maior hit do álbum: Unholy. Com parceria de Kim Petras, o single viralizou no TikTok quase dois meses antes de seu lançamento. A estratégia de Sam Smith de soltar o refrão da música na plataforma para só depois lançar a música completa nos streamings teve um grande sucesso, que continua até hoje. Lançada em setembro de 2022, Unholy esbanja sexualidade e domínio. A letra fala sobre um homem “malvado” que passa suas noites no “The Body Shop”, – referência a um famoso clube de strip-tease de Los Angeles, que no clipe da música, com o mesmo nome, é localizado em Londres – sem que sua mulher descubra sobre suas ações “pecaminosas”. 

O mais interessante é que Unholy foi gravada na Jamaica e Sam explicou ao Entertainment Tonight que foi um dos momentos criativos mais gloriosos que já teve como artista: “Eu acho que sei o que quero falar agora, acho que sei quem sou um pouco mais e estou pronto para me divertir”.

Em Unholy, Sam e Kim parecem estar em um mundo mágico de atitudes profanas, de liberdade e sexualidade, além da clara representatividade que apresentam na música. A canção é o maior sucesso global lançado por artistas transgênero e não-binário. “Sempre houve artistas trans incríveis e talentosas, mas sem o devido reconhecimento.”, disse Petras à Billboard

Depois do single, a sétima faixa do álbum é How To Cry, também mais inclinada a uma vibe melancólica, a qual Sam sabe bem como fazer. A música fala algo sobre mentiras, não mostrar sentimentos e a dor que isso causa aos outros. “Porque ninguém te ensinou como chorar, mas alguém te ensinou como mentir”.

Six Shots, a oitava faixa do disco, tem uma melodia sexy, o que combina muito com a letra da canção, que mistura bebida com prazer. Com direito a comparações, o artista diz ser como um Whiskey, o que atinge fortemente mas tem um gosto doce, por isso se torna difícil de ser amado: “Não tem como me amar, não tem como. Você diz que precisa de mim, mas não me conhece. Sou do tipo escuro (Whiskey), para sempre sozinho”

A próxima faixa com parceria de Koffee e Jessie Reyez, Gimme, apresentou um grande potencial para se tornar um hit desde o dia de seu lançamento nas plataformas, 11 de janeiro. A música é sensual, contém uma batida impactante e sexy e esbanja euforia com a voz de Jessie Reyez, mais nasal, que combina muito com o estilo da canção, assim como a da cantora jamaicana Koffe, que leva um sotaque característico aos versos da música. 

O clipe de Gimme foi lançado no dia 13 de janeiro e também entrega muita sexualidade de Sam, Jessie e Koffee. Se passa em uma balada e todos exercem livremente seu desejo de ser quem são, com muito beijo, bebida e dança. “Você tem o que eu quero e é melhor você me dar, me dar. Eu mexo com o seu corpo, então mexa o seu corpo junto ao meu”.

Depois de Gimme, Sam escolhe mais um interlúdio para separar as canções que estão por vir. Dessa vez, Dorothy´s Interlude tem 8 segundos e a voz no áudio é de Judy Garland, a atriz que interpretou Dorothy em O Mágico de Oz (1939) e se tornou um dos primeiros ícones gay da história. O áudio diz: “Como é para uma propagação central. Além do arco-íris. Acredite no poder gay” e faz várias referências aos “amigos de Dorothy”, como a comunidade gay era chamada na década de 50 e 60 em Londres, onde viviam sob ameaça e violência e acabaram encontrando nas representações de Judy um lugar de acolhimento.

Mais um feat com Jessie Reyes e dessa vez também com Calvin Harris, I´m Not Here To Make Friends fala sobre amar. A melodia se parece com uma balada electropop, bem animada ao estilo Calvin Harris e o refrão é contagiante, faz o ouvinte querer dançar e cantar com Sam. O clipe foi lançado recentemente, no dia 27 de janeiro, e combina muito com a canção. Dirigido por Tanu Muino, ele entrega cores vibrantes e muita festa. Smith aparece vivendo plenamente e livre, com looks icônicos, como plumas, penas e diamantes, além da já esperada sensualidade que se tornou uma marca registrada do álbum.  

A décima segunda faixa leva o nome do álbum, Gloria, que tem apenas 1 minuto e 50 segundos, se parece mais como uma canção sacra, um coro, e fala sobre ser quem é, sobre brilhar como um diamante e cantar um hino a ‘Gloria’. 

Finalizando o álbum, o grande e mais esperado feat aconteceu: Sam Smith se juntou com o também britânico Ed Sheeran para uma parceria poderosa em Who We Love. A letra é bonita e romântica, fala sobre amar quem se ama, sobre não poder escolher o amor, pois seu coração sabe mais do que você mesmo. A voz de Sam combinou perfeitamente com a de Ed, trazendo uma sensação de calmaria e romance a melodia da música. 

Sam coleciona em sua carreira mais de 35 milhões de vendas de álbuns, 260 milhões de vendas de singles e 45 bilhões de streams. Desde sua estreia no dia 27, Gloria liderou os charts, estreando como número 1 do Top Albums Debut Global, se tornando um dos maiores sucessos do artista nas paradas.

Gloria se tornou um marco na carreira de Sam. Sendo seu quarto álbum de estúdio, é onde ele se redescobre e se livra das amarras de uma sociedade preconceituosa e sufocante, mas que também há uma revelação criativa e pessoal sobre sua vida e sua carreira. Ao contrário do que parece ser em algumas canções, o álbum não é melancólico e nem feito para quem teve o coração partido, mas é uma marca de expressividade e foi a forma que o artista encontrou para mostrar sua construção identitária interior e exterior. 

O álbum é um misto de paixão, sexo, autoconhecimento e confiança, sendo o mais criativo e expressivo na carreira do britânico. Misturando temas improváveis como sexualidade e religião, o álbum conseguiu transbordar a sensação de libertação, tanto de seu corpo como o de sua alma, e finalmente liberou sua “Gloria”!

Do Gramofone ao Digital: Reproduzindo Inovação

Com todas as inovações na tecnologia e na internet, seria muito difícil imaginar um mundo sem que a música acompanhasse essas mudanças em tempo real. A maneira de gravar e escutar música tiveram um grande progresso e pode-se dizer que ficou bem mais fácil, até porque os discos de vinil eram caríssimos e nem todo mundo conseguiu comprar um Ipod na época do seu lançamento. Além disso, imagina quantas fitas eram necessárias para gravar todos os programas de sexta-feira da MTV no lançamento de um esperado clipe só pra assistí-lo mais tarde novamente?!

As mudanças foram muitas, mas através de uma pequena linha do tempo é possível resumir como a música foi se transformando e inovando seu jeito de chegar no ouvido das pessoas. 

O gramofone foi uma das maiores inovações na indústria musical do século XIX. Ele permitiu que muitas pessoas ouvissem música em casa, sem precisar ir a um concerto ou show. O som não era dos melhores e nem era ao vivo, não era capaz de marcar temporalidade, mas a ideia de ouvir uma música pré-selecionada no conforto da sua casa era bem legal para a época. Foi um dos primeiros equipamentos que permitiu que a música fosse escolhida pelo ouvinte, sem que seguisse necessariamente a sequência que uma rádio tocava, por exemplo. 

Gramofone do século XIX.
[Imagem: Reprodução/Pinterest]

Depois dele surgiram os LPs de vinil, aproximadamente na década de 1940 e também foram uma super inovação tanto em qualidade de som quanto na facilidade de ouvir as músicas através dele. Os vinis foram a principal maneira de escutar música durante muito tempo, principalmente pelo intervalo que um disco poderia ficar rodando e a grande quantidade de canção que poderia ser gravado nele, além de poder comprar quantos quisesse e quando um artista favorito lançava um álbum novo. 

O aparelho que permitiu que o disco de vinil fosse reproduzido foi a Vitrola, um instrumento bem parecido com o gramofone, mas muito mais moderno. O gramofone funcionava a base de uma manivela, que esticava as cordas metálicas e fazia o som sair pelo alto falante. Já a vitrola, tinha a caixa de som, alto falantes e controles acoplados e não precisava de uma manivela, visto que a reprodução das músicas era feita de forma automática, por motores a base de eletricidade. 

Disco de vinil tocando em vitrola
[Imagem: Divulgação/Matthias Groeneveld/Pexels]

Com os vinis foi criada a estereofonia, ou mais conhecido como stereo, um sistema de reprodução de áudio que deixou uma sensação mais real e melhorou o som gravado, criando um envolvimento espacial entre o ouvinte e a música. Apesar de ter sido substituído mais pra frente, os vinis voltaram à moda recentemente com uma proposta mais vintage e bem aesthetic e muitas lojas e brechós ainda vendem esse tipo de disco. 

As fitas cassetes ou K7 foram uma revolução lançada pela Philips em 1960, pois com uma fita virgem era possível gravar ou criar sua própria música, sem precisar de uma mídia anteriormente disponível. Muita gente começou a fazer mixtapes ou até seleções usando os gravadores portáteis como o Walkman, criado pela Sony, que além de facilitar na gravação foi uma febre para quem curtia ouvir uma música nos fones de ouvido.

Fitas cassete
[Imagem: Reprodução]

Com os Compact Discs, ou mais conhecido como CDs, as outras mídias foram substituídas pelos aparelhos que reproduziam esse tipo de disco em casa ou na rua, como o Discman. Esses tipos de disco ficaram muito tempo em alta e foram a melhor opção para ouvir música durante muito tempo. Muito da sua fama se deu quando os aparelhos de rádio dos carros adotaram a entrada de CD

[Imagem: Reprodução/Douglas Heriot] 

Com a modernidade surgiram os MP3 Player, sendo o primeiro, o MPMan lançado pela empresa sul coreana SaeHan Information Systems em 1997. Logo depois, o iTunes foi criado para baixar e comprar músicas em computadores e 8 meses depois o iPod finalmente foi lançado trazendo uma super inovação: enorme armazenamento de músicas em formato digital. 

Poucos anos depois, a sensação de “comprar música” como uma coisa física foi desaparecendo lentamente e hoje quase ninguém usa mais CDs ou iPod, mas aplicativos de música pagos ou gratuitos que dão acesso a todo tipo de música, das mais antigas às mais atuais. O estilo de reprodução e de gravação das canções mudou drasticamente, e hoje, como a maioria das coisas na internet, se tornaram de fácil acesso para o público em geral. 

A criação e a notoriedade do YouTube pode ser considerada a maior virada na maneira de produzir e consumir conteúdo musical. Com uma indústria fonográfica cada vez mais evoluída, o surgimento do YouTube em 2005 e o encerramento das transmissões na tv aberta pela MTV brasileira em 2013, marcaram o fim de uma era e o início de uma nova, trazendo muitos benefícios para os amantes da música, mas também para todos aqueles que queriam produzir ou descobrir novas tendências. 

Página inicial do YouTube no ano de seu lançamento, 2005
[Imagem: Reprodução]

Considerado a Billboard da nova geração, o YouTube deu início a grande acessibilidade que se tem hoje nas redes sociais e nos aplicativos de música. A grande questão do site é a sua facilidade em viralizar muito conteúdo em um curto período de tempo, o que já fez muitas pessoas terem seus quinze minutos de fama. 

Em 2011, por exemplo, a californiana Rebecca Black lançou o hit mundial Friday, que viralizou de maneira grandiosa. Tempos depois o clipe no YouTube foi o vídeo com mais dislikes da história, mas não foi o suficiente para abalar a cantora que ainda faz parte do mundo da música. Seu último single Read My Mind foi lançado no final de 2021. 

Outra música muito viral mas por pouco tempo, foi Gangnam Style do coreano PSY. Com dancinha e tudo, o hit chegou ao Guinness World Records por ter sido o vídeo mais curtido no YouTube em 2012, o primeiro a alcançar a marca de um bilhão de curtidas.

Com essa grande fama, a plataforma também abriu espaço para outros grandes aplicativos de reprodução. Um pouco diferente da proposta do precursor, Spotify, Deezer, SoundCloud e outros apps de streaming tem como principal objetivo a reprodução de músicas e mais recentemente, podcasts. 

A internet fez isso, redescobriu novas maneiras de escutar música, mas também de se relacionar com ela em todos os sentidos. Nesse assunto, é impossível não mencionar a grande estrela dessa geração: o TikTok. O aplicativo surgiu exatamente para conectar os usuários com a música. Com vídeos curtos, ele proporciona novas interações entre pessoas e sons, que além de conteúdo criativo também tem um papel na revelação de novos artistas. 

Acessível: a palavra perfeita para descrever a música na era da internet e da tecnologia. Nessa geração, as canções se desprenderam de um conceito físico, não é mais comum ir a uma loja comprar um disco e por mais que a compra ainda ocorra de forma online, é muito menos impactante. Além disso, a universalidade que a reprodução musical alcançou nos últimos tempos também revela um caráter onipresente. 

No carro, em casa, na caixa de som ou no fone de ouvido, a música sempre está presente, e se fez mais ainda com essa acessibilidade que a internet e as inovações tecnológicas proporcionaram. Ela ajuda a expressar e a trabalhar com sentimentos e por isso todos veem uma grande necessidade de estar conectado com essa arte. E é por essa necessidade que a evolução da indústria acompanhou a humana e provavelmente continuará seguindo as grandes inovações da humanidade. Será interessante observar quais serão os próximos passos na evolução dessa arte e na maneira como todos se relacionam com ela. 

Os virais do TikTok são o futuro da indústria musical?

Os novos hits do aplicativo são vazios e artificiais, será que ele vai mudar a maneira de fazer música?

Que o TikTok é um dos aplicativos mais usados hoje em dia não é novidade. A fama do aplicativo começou quando a empresa chinesa ByteDance comprou o Musical.ly, antiga plataforma com a mesma configuração do atual, em que os usuários faziam lipsync (como se fosse uma dublagem, sincronizando a música com os movimentos labiais) e transições com a câmera. Como o perfil desses usuários do app se manteve ativo, muita gente voltou a usar as mesmas contas no TikTok e a fama só foi crescendo.

Ele entrou em ascensão com a pandemia do COVID-19, que no isolamento fez os jovens buscarem outros meios de compartilhar suas vidas e fazer novas conexões. Alguns hits como Old Town Road e Say So começaram a viralizar no TikTok antes mesmo de qualquer outra plataforma, o que chamou mais a atenção do público e aumentou o número de streams nessas músicas. Esse artifício foi usado por muitos artistas, como Doja Cat, Pedro Sampaio e Megan Thee Stallion que aproveitaram a rapidez do aplicativo em levar conteúdo e começaram a usá-lo para alavancar suas canções.

Esses hits renderam muitas dancinhas e trends virais, que para quem usa o TikTok é impossível não saber a coreografia. Além disso, ele também abriu portas para muitos artistas desconhecidos ou até conhecidos com pouca influência na indústria musical, como Marina Sena, que ficou popular por Por Supuesto e Måneskin, banda italiana vencedora do The X-Factor Itália em 2016, que viralizou pelo cover de Beggin. No TikTok, os dois foram motivos de trends muito famosas que os levaram ao Rock in Rio 2022.

Mesmo com a procura do aplicativo por alguns cantores para aumentar o engajamento em suas músicas, outros se incomodaram com essa problemática de ter que criar músicas “para” o app. Muitos se pronunciaram sobre a cobrança das gravadoras por músicas que venham a viralizar no TikTok. Halsey foi uma das primeiras a falar sobre isso em um vídeo que postou no aplicativo. Nele, a cantora diz que mesmo estando há oito anos na indústria, sua gravadora só a deixaria lançar uma música a menos que conseguisse um vídeo viral usando-a.

Partes do vídeo publicado por Halsey no TikToK
Imagem: [Reprodução/TikTok Halsey]

Curiosamente esse vídeo viralizou e a música foi lançada nas plataformas. Muitos internautas comentaram que esse poderia ter sido um “viral do antiviral”. Essa expressão ficou famosa depois que um artigo publicado pelo site americano Jezebel, em que a autora do texto, Gabrielle Bruney crítica Halsey e outros artistas de denunciar seus empresários e gravadoras, mas conseguirem exatamente o que eles querem: “Esses astros deveriam ser premiados por atacarem os executivos enquanto aparentemente conseguem exatamente o que esses executivos queriam”.

No Brasil, a mesma coisa acontece. Os artistas começaram a lançar músicas propositalmente para o aplicativo, que acompanhadas de dancinhas viralizam muito rápido. O mais influente nessa “corrida” pelos hits foi Zé Felipe. Casado com a influencer Virginia Fonseca, ele lança a música com coreografia e ela posta todo dia um TikTok ou stories do Instagram dançando o novo hit. É um plano infalível.

O problema em torno disso é que muitos artistas começaram a entregar músicas sem conteúdo, com poucas palavras, refrões repetitivos e letras pobres, com muitos palavrões e obscenidades, o que foi muito criticado por uma parte dos usuários que pensaram no real objetivo da música na sociedade. A conexão que a canção deve proporcionar ao público foi se perdendo e elas estão se tornando cada vez mais superficiais.

Além da artificialidade das letras, as danças também surgiram com passos pouco criativos e normalmente com os mesmos movimentos em todas as coreografias, o que pode mostrar uma falta de repertório que a plataforma levou a essa arte. Há quem pense que o app pode ajudar a descobrir talentos, mas o que ele mostrou até agora foi a falta deles na vida real.

Muitos clipes como os de No Chão Novinha,  Build a B*tch e Chama Neném lançados recentemente para as músicas virais, tiveram a participação de tiktokers e poucos dançarinos, o que tira espaço daqueles que dedicam sua vida a isso. Mesmo que alguns deles tenham saído de academias renomadas de dança, eles já alcançaram o sucesso nessa área e poderiam ajudar quem também deseja crescer com a dança. 

Adele se pronunciou sobre isso à Apple Music, e se questionou: “Quem vai fazer música para a minha geração?”. Prestes a lançar o álbum 30, em 2021, a cantora comentou sobre os pedidos de sua gravadora para produzir músicas para o TikTok e respondeu considerando o público de outra geração e que não, necessariamente, está na plataforma: “Prefiro atingir pessoas que estão a meu nível em termos de tempo que passamos na Terra e outras coisas que passamos. Não quero adolescentes de 12 anos ouvindo este álbum. Ele é muito profundo”. 

O comentário de Adele mostra uma frustração diante a perda de identidade das músicas atualmente. Talvez essa questão dos virais do TikTok mostre que a indústria musical está a caminho de se desmanchar e perder seu conceito inicial de ser uma prática cultural que expressa os sentimentos através dos sons.

Antes tratada apenas como uma experiência, a música hoje é usada para várias outras atividades, o que foi majoritariamente influenciado pelo TikTok. Agora, só o tempo pode dizer se os virais do TikTok vão se tornar propulsores da indústria musical, já que a música é a essência do aplicativo, ou se ele vai mudar a maneira de fazer música.

Gaga em Joker 2: Um olhar a outros artistas que se aventuraram no cinema

Para além dos boatos, Joker 2 com Lady Gaga no elenco já é realidade. Na última quinta-feira, 4 de agosto, a cantora confirmou sua participação na sequência do longa através de um teaser publicado em seu perfil no Instagram. Desde junho, Gaga esteve em negociação para participar do filme, o que gerou diversas especulações sobre a artista assumir o papel de Arlequina, interpretada por Margot Robbie em Esquadrão Suicida (2016) e Aves de Rapina (2020), ambos da DC Comics

O teaser não revela qual personagem Gaga interpreta, mas sabe-se que vai contracenar com Joaquin Phoenix, ganhador do Oscar de Melhor Ator por seu papel no primeiro filme do grande vilão da DC. Intitulado Joker: Folie a Deux (Coringa: Loucura a Dois, em tradução livre), a sequência pode ser um musical e deve estrear nos cinemas americanos no dia 4 de outubro de 2024. 

Em um artigo recente, a Variety diz acreditar que Joker 2 pode ser mais como Nasce uma Estrela do que com Em Um Bairro em Nova York, musical da Warner que estreou em 2021. Isso porque o orçamento da sequência está em 150 milhões de dólares, uma soma entre a produção de um possível musical e os salários dos envolvidos: 20 milhões de dólares para Joaquin Phoenix e Todd Phillips, diretor do longa, e 10 milhões para Lady Gaga

Lady Gaga estava afastada dos palcos após ter descoberto problemas de saúde, dentre eles depressão e fibromialgia – síndrome que se manifesta por dores do corpo. A doença foi a grande responsável pelo cancelamento do show da cantora no Rock In Rio de 2017. Gaga retornou oficialmente às performances na metade de junho deste ano, quando estreou a turnê The Chromatica Ball na Merkur Spiel-Arena em Düsseldorf, Alemanha.

Lady Gaga na The Chromatica Ball Tour [Imagem: Reprodução/Getty Images]

Nesse meio tempo, a dona dos hits Bad Romance e Just Dance se dedicou ao cinema e fez sua primeira aparição de sucesso em American Horror Story. Antes da série, Gaga fez algumas participações em Glee, Machete Mata  e Sin City: A Dama Fatal. Nasce uma Estrela, que protagonizou ao lado de Bradley Cooper em 2018, a tornou uma das artistas mais premiadas da história, segundo a Billboarde a primeira a sair vitoriosa do Grammy, Bafta, Globo de Ouro e Oscar em um mesmo ano. 

Lady Gaga e Bradley Cooper em cena de Nasce uma Estrela [Imagem: Reprodução/Instagram]

O mais recente filme da atriz foi Casa Gucci, produção que conta a conturbada história da família italiana Gucci, fundadores da grife. Gaga protagonizou o longa ao lado de grandes nomes do cinema, como Adam Driver, Al Pacino, Salma Hayek e Jared Leto.

Assim como Lady Gaga, muitos outros artistas conciliaram suas carreiras nas telas e nos palcos, mesmo que muitos deles tenham desistido da atuação ou da música no meio tempo. Confira outros artistas que transitaram entre seus talentos.

Harry Styles

Harry Styles iniciou sua carreira em 2010 quando participou do reality show musical The X-Factor. Durante as apresentações se juntou a mais quatro participantes e juntos formaram o One Direction, boyband que entrou para o Guinness Book com seis recordes mundiais, jamais alcançados por qualquer outra. No total, foram mais de 70 milhões de discos e singles vendidos em todo o mundo.  

Após a separação do grupo em 2016, Harry apostou na carreira solo e no cinema. Fez sua primeira aparição nas telas no filme de Christopher Nolan, Dunkirk (2017), em que interpretou um soldado britânico na Segunda Guerra Mundial. Ao lado de grandes nomes, como Tom Hardy, Cillian Murphy e Mark Rylance, sua estreia foi “brilhante, condenada e inesperadamente nada chocante” , como afirma Robbie Collin ao The Telegraph.

Harry Styles em cena de “Dunkirk”. [Imagem: Reprodução/Instagram]

Além da sua participação mais recente no filme da Marvel, Eternos (2021), Harry já está com data marcada para estrelar mais dois longas este ano. Não Se Preocupe Querida é um suspense psicológico com estreia marcada para setembro e conta com Florence Pugh e Olivia Wilde no elenco.

My Policeman, produção da Amazon Studios, estreia em outubro nos cinemas e além de Harry, tem a presença de Emma Corrin no elenco. O ator protagonizará um policial gay na década de 90, que esconde uma paixão por outro homem.

Justin Timberlake

Outro cantor que se aventurou no mundo do cinema foi Justin Timberlake. Justin começou sua carreira já na televisão quando participou do programa da Disney, Clube do Mickey em 1989. No set de filmagens, conheceu JC Chasez e os dois se tornaram líderes da boyband N’Sync, grupo formado em 1995 por Timberlake, JC, Lance Bass, Joey Fatone e Chris Kirkpatrick. Em 2002, o grupo decidiu entrar em hiato e neste mesmo ano Justin começou sua carreira solo quando lançou seu primeiro álbum Justified, que incluiu os sucessos Cry me a river e Rock your body.

Boyband N’Sync [Imagem: Reprodução/GettyImages]

Mesmo já tendo feito diversas pontas em alguns filmes durante sua carreira como músico, o cantor fez sua primeira estreia como ator em Edison Force (2004) e depois atuou em filmes como Black Snake Moan (2006), Southland Tales (2006), Alpha Dog (2007) e deu voz ao Rei Arthur em Shrek Terceiro (2007).

Em 2011, o ator participou de três dos filmes mais importantes da sua carreira. Amizade Colorida, que protagonizou ao lado de Mila Kunis e passou a faturar mais de 149.5 milhões de dólares em todo o mundo, com arrecadações internacionais que estão em 93.7 milhões de dólares. Participou ainda de Professora Sem Classe com Cameron Diaz e O Preço do Amanhã com Amanda Seyfried.

Em 2016 deu voz a Branch em Trolls e foi responsável pela trilha sonora do filme. O hit Can’t Stop The Feeling lhe rendeu indicações como Melhor Canção Original no Globo de Ouro e de Melhor Canção à Mídia Visual no Grammy

Suas últimas aparições no cinema foram em Roda Gigante (2017), dirigido por Woody Allen e em Trolls 2 (2020). Mesmo após um tempo longe das telas, Justin voltou para protagonizar Palmer (2021), drama da Apple TV que conta sobre um garoto que sofre discriminação na escola.

Will Smith

Will Smith construiu uma carreira grandiosa no cinema, com mais de 30 filmes em seu currículo, é um dos maiores atores da atualidade. O que muita gente não sabe, é que Will Smith começou sua vida de artista no ramo da música, quando se lançou como rapper com a alcunha Fresh Prince. 

Com apenas cinco álbuns, sua fama aumentou drasticamente quando protagonizou a sitcom americana The Fresh Prince of Bel-Air(em tradução livre, O Príncipe de Bel-Air, e no Brasil, Um Maluco no Pedaço).A série tem 148 episódios e foi exibida de 1990 a 1996, contando sua vida quando se mudou para a casa de seus tios em Bel-Air.  

Will Smith e elenco de Um Maluco no Pedaço (1990). [Imagem: Divulgação]

A partir da sua participação na série, sua carreira disparou. Na mesma época do seriado, o ator se aventurou em filmes como Six Degrees of Separation (1992), que chamou atenção da crítica da época pela ótima atuação. Logo depois,  protagonizou Bad Boys (1995) e Independence Day (1996). 

O artista tem uma longa lista de indicações a prêmios pelos seus filmes. O principal deles é A Procura da Felicidade (2006), drama biográfico que conta a história de um pai que mora na rua com seu filho após serem despejados. O longa lhe rendeu indicações de Melhor Ator ao Oscar e ao Globo de Ouro e teve participação de seu filho Jaden Smith.

Will Smith e Jaden Smith em cena de A Procura da Felicidade (2006) [Imagem: Reprodução/Columbia Pictures]

O último filme de Will foi King Richard: Criando Campeãs (2021), filme biográfico sobre Richard Williams, pai de Venus e Serena Williams, campeãs de tênis feminino. O filme foi o responsável pelo primeiro Oscar de Melhor Ator da sua carreira e o tornou o quinto negro da história a receber o prêmio. 

Will Smith e a estatueta de Melhor Ator no Oscar de 2022 [Imagem: Reprodução/Getty Images]

Diferente dos outros artistas citados, Will deixou de lado sua carreira musical e se dedicou a maior parte do tempo ao cinema. Mesmo assim, o ator ainda é cotado para fazer papéis em que tem que usar sua voz, como em Alladin (2019), em que Smith é o gênio da lâmpada e canta em muitas passagens do filme, levando uma vibe mais moderna à história.

Jennifer Lopez

Jenny from the Block, começou sua carreira artística em 1991, participando de um programa de tv da FOX chamado In Living Color como uma dançarina. Nesse meio tempo, fez aparições em programas como South Central, Second Chances, e Hotel Malibu, quando finalmente protagonizou seu primeiro filme em 1997, Selena, em que interpretou a cantora latina que foi assassinada pela presidente de seu fã clube. 

Jennifer Lopez como Selena no filme biográfico da cantora [Imagem: Reprodução/Warner]

A partir disso, sua carreira como atriz disparou. Ela participou de filmes como Anaconda (1997), Reviravolta (1997) e Irresistível Paixão (1998) com George Clooney, até lançar seu primeiro álbum em 1999, On The 6. O single principal do álbum foi If You Had My Love, que emplacou como número um naBillboard Hot 100 de 1999. Let’s Get Loud levou JLo ao Grammy em 2001 com uma indicação de Melhor Gravação Dance.

Sua discografia é formada por 8 álbuns de estúdio e ela coleciona 9 programas de televisão e 34 filmes em seu currículo. Em 2007, sua riqueza foi estimada em 110 milhões de dólares segundo a Forbes, fazendo com que fosse listada com a nona dentre as 20 mulheres mais ricas do entretenimento. Em 2012, foi tida como a celebridade mais poderosa do mundo também pela Forbes

Seus últimos filmes foram As Golpistas (2019) e Case Comigo (2022). JLo quebrou muitos preconceitos raciais na indústria do entretenimento e foi muito influente tanto na música quanto no cinema, e mesmo que tenha se dividido nos dois ramos, alcançou um sucesso extraordinário em ambos. 

Alguns de seus feitos não foram alcançados por nenhuma outra pessoa até hoje. Em 2001, ela entrou para  a história ao se tornar a primeira e única artista a ter um filme e um álbum em primeiro lugar na mesma semana, com o filme O Casamento dos Meus Sonhos e o álbum J.Lo, respectivamente.

Jennifer Lopez e Matthew McConaughey no filme O Casamento dos Meus Sonhos [Imagem: Divulgação]

Cantora, dançarina e atriz, Jennifer Lopez não para. Recentemente ela ganhou um documentário na Netflix, Halftime, o qual mostra a multifacetada vida de Lopez e como ela se tornou essa artista tão influente e culturalmente importante para os dias de hoje. 

Jennifer Lopez [Imagem: Reprodução/Getty Images] 

Há muitos outros artistas que conseguiram conciliar perfeitamente a música com o cinema, como Barbra Streisand, Jared Leto e Selena Gomez e voltando no tempo, Elvis Presley e Frank Sinatra. Mas a maioria deles escolhe um ramo para seguir, como Mark Wahlberg, Will Smith e Madonna. Resta saber se Lady Gaga vai decepcionar seus Little Monsters e optar em seguir apenas com sua carreira meteórica no cinema.