Nomadismo digital: Conheça um mundo de possibilidades

Viajar o mundo ganhando dinheiro é possível. E é o que fazem os nômades digitais. Esses profissionais trabalham de forma remota, utilizando a internet como forma de sustento. 

Movimento é a palavra chave para definir esse estilo de vida. Os nômades digitais não possuem residência fixa pois viajam para onde desejarem, sem abrir mão do trabalho. Diversos profissionais começaram a buscar por flexibilidade em suas rotinas, principalmente após a pandemia da COVID 19. Assim, trabalhos que não exigem horário fixo ficaram mais populares entre aqueles que sempre sonharam em adquirir liberdade geográfica.  

Além da viagem 

Imagem: Reprodução Pinterest

Se engana quem pensa que a vida do nômade digital é só conhecer paisagens paradisíacas e sonhar com o próximo destino. É preciso ter determinação e uma rotina flexível para aderir ao estilo de vida, é o que fala Bruna Lisboa, brasileira que já visitou 13 países sendo nômade digital. Bruna costumava viajar com sua família pelo menos uma vez ao ano, mas viver viajando ainda era uma realidade impossível na época. 

“Eu via o nomadismo como uma coisa meio distante ‘puts, precisa de muita grana pra poder fazer, isso não vai ser pra mim, é coisa de novela, de filme’”.

A mineira afirma que todas as escolhas tomadas durante sua trajetória, desde da faculdade até abrir sua própria empresa de marketing digital, foram feitas pensando em aderir a esse estilo de vida. Mas conquistar a tão sonhada liberdade geográfica levou tempo e muita dedicação. Antes de empreender, Bruna fazia freelas para conseguir uma renda extra e bancar suas viagens aos finais de semana. Estagiar em uma agência e conhecer a fundo a rotina de escritório foi determinante para a mineira abrir a Climb, sua agência de marketing digital. 

“Era uma zona, (trabalhar na agência). Eu pensei, se a agência está de pé e funcionando, eu consigo fazer coisa muito melhor, então vou arriscar.”

Hoje, além de empreendedora, Bruna também ministra o curso de ‘Surf Digital’. Nele, a viajante faz mentorias em grupo, explicando seu método de gestão estratégica voltada para negócios digitais. 

Amor e amizade na vida nômade 

Viver em trânsito aumenta as possibilidades de conhecer novas culturas, idiomas e pessoas a todo instante. Manter relacionamentos com família e amigos que estão longe pode ser complicado. A saudade estará presente, mas isso não significa que a vida nômade será solitária.  

Quando questionada sobre como funcionam os relacionamentos entre pessoas que seguem este estilo de vida, Bruna respondeu: 

“Os relacionamentos da vida nômade são muito mais intensos exatamente porque a gente sabe que não vamos ficar naquele lugar por muito tempo, a gente se entrega mais. As amizades ficam muito fortes e quando a gente ama, a gente ama muito porque daqui a pouco já vamos embora”, afirma a empreendedora. 

Como ser um nômade digital

Imagem: Reprodução Pinterest

Não há segredo, antes de se aventurar é preciso muita organização. O primeiro passo é descobrir como ganhar dinheiro no ambiente digital. Você não precisa ser um empreendedor ou trabalhar como freela para viver da internet. Muitas empresas possuem modelos de trabalho remoto com horário flexível que permitem com que o colaborador execute suas tarefas de qualquer lugar do mundo. 

O segundo passo é estabelecer uma rotina flexível. Se basear nos prazos de entrega para  organizar a semana, ao invés de horários, é uma boa solução para aproveitar melhor o dia e desfrutar do ambiente. 

A terceira e última sugestão é fazer uma boa pesquisa sobre o país  que você pretende conhecer. Conhecer a infraestrutura do local e ter uma noção básica da língua são tópicos essenciais para iniciar sua aventura.  Depois de seguir esses passos você está pronto, agora é só escolher o destino e fazer as malas! 

Guia prático de como superar um coração partido

Quebrar a cara no amor faz parte da vida, experiências amorosas que começam como um sonho podem terminar como um pesadelo. Atire a primeira pedra quem nunca teve um crush que quebrou seu coração ou um término de relacionamento que te deixou mal. 

Mas já pensou se existisse uma fórmula mágica de como superar um coração partido? Para nossa tristeza, ela não existe, mas a Frenezi reuniu algumas dicas para te ajudar! 

1. Respeite seu tempo

As memórias não vão sumir da noite para o dia. E a última coisa que você deve fazer é tentar esquecer dos momentos compartilhados e deixar tudo para trás. Dê tempo ao tempo e sinta o fim do seu relacionamento. Chore sem culpa, permita-se se sentir na fossa, mas não fique lá por muito tempo.

É importante lembrar que não há recuperação instantânea no fim de um relacionamento. Ao mesmo tempo, se a sensação de tristeza e desânimo não passar, procure ajuda de pessoas próximas ou de um psicólogo.

2. Converse com a sua rede de apoio

Ter apoio de amigos e familiares neste momento é fundamental. Falar sobre sentimentos com pessoas de confiança é uma ótima oportunidade de receber conselhos e organizar melhor os pensamentos.

Além disso, estar com amigos e familiares pode te ajudar a entender que não estamos sozinhos. E que na companhia das pessoas certas, mesmo com sentimento de solidão, podemos ver o lado bom da vida. 

3. Stalkear? Nunca mais!

Procurar o ex nas redes sociais é tentador. Afinal, todos queremos saber o que ele está fazendo ou até se já encontrou um novo alguém. Mas essa não é a melhor maneira de lidar com a situação. 

O contato, por mais que seja virtual, pode aumentar sua carência e dificultar o processo de superação. Por isso, seja a favor da frase ‘ o que os olhos não vêem, o coração não sente’. Não é necessário bloquear, mas ao mínimo sinal de stalk, silencie o perfil – pelo menos até você superar o fim do relacionamento.

4. Tire um tempo para você

Autocuidado é a chave para se entender melhor e ter um relacionamento saudável com você mesma! Descobrir atividades que te dão prazer é um bom começo. Por isso, teste diversas opções: leia livros, escute suas músicas favoritas, saia de casa para conhecer aquele restaurante que você sempre quis ou inicie uma aula de dança. Momentos de solitude são importantes para entender que você é a sua melhor companhia!

A Supervalorização da magreza na moda dos anos 2000

Entenda como a volta das tendências do início do século XXI influenciam no comportamento de jovens adultos 

Minissaia, calça cargo, óculos coloridos e calça de cintura baixa estão ganhando cada vez mais espaço nas vitrines e no Instagram de influencers. Todas essas tendências, marcaram um período único na moda, os anos 2000. 

As it girls da época eram a combinação entre o guarda-roupa dos sonhos e o “corpo perfeito”. Paris Hilton, Britney Spears, Christina Aguilera, Jennifer Lopez e outras celebridades emplacaram essas tendências em tapetes vermelhos. E, depois disso, não demorou muito para que a indústria cinematográfica e musical espalhasse a ideia pelo globo.  

Christina Aguilera, Destiny’s child e Paris Hilton em eventos utilizando peças características dos anos 2000. (Imagem: Reprodução/Pinterest)

Dessa vez, disfarçada com o nome de YK2 – uma abreviação de year 2000 ou, em português, ano 2000 – , a moda do início do segundo milênio retornou. As peças em tamanho mini mostram mais o corpo, revivendo as tendências, mas trazendo outras narrativas. Para a moda, mesmo 22 anos depois, corpos são apenas acessórios.

2022 não é 2002

Se em 2000 o corpo magro era considerado um padrão a ser alcançado, em 2022 ele emite um sinal de alerta. A volta da magreza extrema como aesthetic é preocupante, pois incentiva movimentos pró-bulimia e anorexia, principalmente em adolescentes e jovens adultos.

Segundo a psicóloga Valéria Lemos Palazzo, fundadora do GATDA – Grupo de apoio dos distúrbios alimentares-, a bulimia e a anorexia estão mais presentes em jovens. A última atinge em sua maioria adolescentes de 12 a 16 anos, podendo cronificar e estender-se para a vida adulta.

A hipervalorização de um corpo irreal pode ser um gatilho para pessoas portadoras desses transtornos alimentares, afirmou a psicóloga. “A sociedade é incentivadora, mas não a causadora dessas doenças. Para desenvolver um transtorno alimentar, você precisa ter uma predisposição genética hereditária, mas é um meio que colabora, uma espécie de gatilho para quem já tem predisposição a desenvolver o transtorno.”

Body Shame vs Body Positive

No início do novo milênio, roupas pensadas para corpos gordos eram praticamente inexistentes. Ter o que estava ‘na moda’ era um desafio para pessoas que usavam tamanhos além do padrão. Lembra daquela história que cropped é só pra quem tem barriga chapada? Era exatamente essa ideia.

Esse tipo de pensamento incentiva o que chamamos de body shame. O ato de criticar o corpo do outro, por um olhar, fala, ou ação fazendo com que ele sinta-se desconfortável. Em tempos de redes sociais, essas ofensas vêm de todos os lugares. E, muitas vezes são feitas por pessoas que não mensuram o impacto das palavras. 

Na contramão desse pensamento, surgiu o body positive. Movimento que busca realçar as diferenças, quebrando os padrões estéticos impostos. O que não vale só para o corpo, mas também para o cabelo, nariz, formato da boca e muito mais. 

Bielo Pereira, influencer bigenere, na parada do orgulho LGBTQIAP+ (Imagem: Reprodução/ Instagram @hellobielo).

Moda é para todos

Mais do que fazer coleções especiais em números maiores, as marcas devem disponibilizar diversos tamanhos da mesma peça. Assim, cada pessoa terá a possibilidade de escolher o que quer vestir. Sem ditar qual tendência pode ou não ser usada no PP e no XG. 

Democratizar preços e tamanhos é a solução para uma moda mais inclusiva, segundo Mariana Albino, estudante de publicidade e propaganda que trabalha no braço de consultoria da WGSN – empresa que faz a previsão de tendência de consumo.

Durante a pandemia, a estudante criou sua própria marca de roupas. E fazia questão de disponibilizar diversos tamanhos para a mesma peça. “ Minha tia sempre dividiu muito comigo, essa dificuldade que ela tinha de achar roupas bonitas e que cabiam nela. Então, para mim, sempre foi muito importante englobar o máximo de pessoas possível”, diz. 

Quando questionada sobre a possível exclusão que a volta das tendências dos anos 2000 causaria em pessoas de corpos curvilíneos e gordos, Mariana respondeu:  

“Não podemos deixar a moda caminhar da forma que caminhou até agora. Precisamos reivindicá-la. Se a cintura baixa voltar, vai voltar do nosso jeito, com todos os tipos de corpos e vai continuar sendo linda.”

Desfile da marca autoral ‘Da Silva Santos Neves’ no evento ‘50° Casa dos Criadores’. Nas três fotografias, corpos diversos desfilam utilizando peças originais. Destaque para a releitura da cintura baixa, na segunda  foto da direita para a esquerda. (Imagem: Marcelo Soubhia / @agfotosite).

Mariana acrescenta que ainda está descobrindo o seu estilo pessoal. E que, para ela, seguir todas as tendências não faz sentido, pois a velocidade que algo ‘entra e sai de moda’ é muito rápida. A estudante ainda pontua: “Ela (a moda) me permite ser quem eu quiser, permite mostrar minha personalidade para as pessoas, mas também é o meu grito de liberdade”, finaliza. 

O que podemos esperar do futuro? 

A moda é cíclica, tendências vão e vêm, porém os corpos continuam sendo os mesmos. Por isso, marcas que já entenderam essa dinâmica estão lucrando e ganhando mais visibilidade.Um exemplo é a marca de lingerie, Savage X Fenty, da cantora Rihanna. 

Além de investir em corpos plurais,- em gêneros, tamanhos e raças- a marca mantém a imagem sexy e confiante desejada pelas mulheres na hora de comprar uma lingerie, independente do tamanho da peça. 

Modelos da marca Savage X Fenty posando para diferentes campanhas da marca. (Imagem: Reprodução/ Instagram @savagexfenty).


Porém, iniciativas como a da Savage X Fenty ainda são raras. Enquanto a moda inclusiva não for amplamente produzida pelas grandes marcas, a esperança de um futuro democrático, em valores e tamanhos, fica para trás.