Como o Tiktok atualizou nossas noções de identificação e pertencimento

“A For You page está muito específica”, “I have been called out” e “Lower your voice” são comentários extremamente comuns em qualquer TikTok postado. Viral ou não, o algoritmo dessa rede social nunca falha. 

O TikTok está mais forte do que nunca desde seu estouro há 2 anos, a partir principalmente da quarentena e isolamento derivados da pandemia mundial da COVID-19 em 2020. Gerou inúmeras trends, mudanças na indústria musical, indústria da moda e uma nova leva de criadores de conteúdo. 

É algo natural do ser humano buscar qualquer indício de identificação, que, a partir da definição do dicionário Laplanche e Pontalis, é um processo psicológico pelo qual um indivíduo assimila um aspecto, uma propriedade, um atributo do outro e se transforma, total ou parcialmente, segundo o modelo desse outro – e essa plataforma só intensificou esse fenômeno. Como apresenta vídeos curtos, a necessidade de chamar atenção do espectador em segundos é essencial, reinventando estratégias de engajamento. Quem nunca estava usando o app e recebeu vários vídeos específicos em sequência? Essa é a “mágica” do Tiktok.

E por que as pessoas gostam tanto disso? A ideia de pertencer é um anseio comum de qualquer indivíduo, de acordo com Baumeister & Leary (1995) – “the need of belonging” traz reações positivas nas emoções de pessoas que atingem um nível superior em suas relações, sendo essencial para uma vida com satisfação e saúde. Para uma geração que nasceu e cresceu com a transformação tecnológica, muitos hobbies presentes em suas vidas estão relacionados com consumo de conteúdo midiático e internet. Há, sim, uma conexão mais abrangente com tudo e todos, mas há também um desapego gerado a partir dessa mudança. É possível considerar que a identidade de vários adolescentes e jovens adultos foi moldada assim. 

Desse modo, cada nova obsessão ou interesse de alguém se torna seu novo traço de personalidade, criando uma insatisfação a longo prazo e inúmeras crises existenciais na juventude. O TikTok proporciona um senso de conforto a partir desta realidade, já que “todo mundo está vivendo a mesma vida” e se identificar com outros ficou mais fácil e acessível. Por isso é tão popular. 

De qualquer maneira, é relevante apontar que as pessoas não são os seus hobbies; Há diversas camadas em cada pessoa que merecem ser exploradas. A rede social pode ser uma ponte para a ajuda ao autoconhecimento, mas não deve ser o único parâmetro. Ainda não se sabe qual será a real consequência do acontecimento dessa plataforma daqui alguns anos, mas o conselho é certo: use-a com moderação.

COMO PERDER UM MATCH EM 10 DIAS: um manual de etiqueta (e sobrevivência) para aplicativos de relacionamento

Depois de quase dois anos em isolamento social, é completamente normal bater aquela carência. Então por que não aproveitar o tempo livre e conhecer novas pessoas? Um ótimo lugar para isso são os aplicativos de relacionamento! Seja para fazer novas amizades, networking ou apenas para dar risada de perfis bizarros, estes apps já se tornaram indispensáveis nos smartphones de qualquer pessoa.

Aqui você encontra 5 dicas para se dar bem neles, não ser deselegante e talvez até encontrar um novo amor…

1. Saiba escolher o aplicativo certo para você

As opções são muitas! Existem aplicativos de relacionamento em que você encontra qualquer pessoa na área e faixa etária de sua preferência; que mostram apenas pessoas que passaram por você durante o dia; só para universitários e até apps que te fazem um milhão de perguntas e mostram pessoas compatíveis com as suas respostas. Não importa em quantos ou em quais você estiver, qualquer um deles pode te trazer experiências muito legais (ou nem tão legais assim…). O bacana é testar e achar aquele que mais combina com a sua personalidade e o seu estilo de vida.

2. Esteja onde você quer estar

Talvez pareça confuso, mas eu explico. Digamos que você é o tipo de pessoa que ama a cidade e detesta o campo. Se todas as fotos do seu perfil forem tiradas numa praça perto da sua casa, naturalmente quando alguém olhar estas fotos e for te convidar para um encontro, ele (ou ela) vai acabar te convidando para um piquenique ou algo parecido.

Seu perfil é um convite ao seu mundo! É onde você precisa mostrar o máximo da sua personalidade no mínimo de espaço, então foque em colocar fotos que te representam e que mostrem os lugares que você gosta de frequentar, coisas que você ama fazer, etc. Assim, a pessoa que conversar com você vai procurar semelhanças entre vocês e o match vai ser perfeito.

3. Não faça exigências

Preferências são naturais e todos nós temos, mas precisa mesmo deixar isso explícito? O pior perfil em aplicativos de relacionamento é aquele que ao invés de usar sua biografia para contar de si, prefere criar uma lista com o que não quer numa pessoa. Se você encontrou alguém e não gostou, é só não retribuir o like, simples assim. A maioria das pessoas que possuem uma lista com coisas que não querem em alguém geralmente soam bem arrogantes.

4. Não tenha medo de dar o primeiro passo

Com tantos aplicativos de relacionamento diferentes à nossa disposição, fica difícil ser específico, mas para os que seguem o molde do Tinder onde um dá like no outro e rola o match, a regra é clara: quem deu like por último chama! Não tem porquê ter medo – quebra logo esse gelo e manda um “oi”. Uma piada ou um comentário sobre o perfil da pessoa também serve, o que importa é você mostrar sua personalidade e mais importante ainda, o seu interesse!

5. Fale sobre isso

É difícil encontrar alguém que nunca esteve em um aplicativo de relacionamento. As pessoas podem até falar que não, mas a maioria já baixou algum nem que por pura curiosidade. Por isso, não se sinta nada envergonhado por estar em um desses apps! Conte para seus amigos, troque experiências, peça ajuda para escolher suas fotos! Aliás, cientistas já provaram que é muito melhor deixar outra pessoa escolher sua foto de perfil do que escolher sozinho.  E sem essa de “se der certo a gente finge que se conheceu na fila da padaria”. Não tem nada de errado em conhecer alguém num aplicativo de relacionamento e viver um lindo romance! Encare sua história como ela é sem medo e você pode acabar se surpreendendo.

DICA BÔNUS: Esteja seguro (SEMPRE)

Depois de seguir todas as outras dicas, vem a que talvez seja a mais importante de todas: Conheceu alguém e quer marcar um date? Ótimo! Só não se esqueça de seguir todos os protocolos de segurança contra a Covid-19 (afinal, ainda estamos em uma pandemia) e, principalmente, os protocolos de segurança contra maníacos! Não importa quão perfeita a pessoa pareça nos aplicativos, sempre que for em um primeiro encontro, marque em um local público e mande sua localização para alguém de confiança! Existem aplicativos que compartilham sua localização com alguém em caso de perigo e até possuem um botão de socorro para emergências. Utilizando algum deles ou não, lembre-se sempre de deixar bem claro onde, quando e com quem você vai sair para garantir sua segurança caso algo aconteça.

O autocuidado para além do skincare

Quando o assunto é autocuidado, é muito comum imaginarmos a seguinte cena: toalhas brancas, velas cheirosas, máscaras faciais e uma taça do seu vinho favorito, tudo isso depois de um delicioso banho quente (de preferência numa banheira). Aquele momento relaxante onde tudo se desliga e você se conecta com seu eu interior. Tudo muito lindo, polido e relaxante. Mas será que o autocuidado se resume a isso?

[Imagem: Reprodução Pinterest]

Recentemente me peguei pensando nessa imagem irreal que temos do autocuidado, massificada por trends no Tiktok, vídeos no Youtube e hashtags no Instagram, onde tudo é bonito – quando na realidade nem todo momento de autocuidado é bonito e muito menos “instagramável”. Autocuidado é também olhar para si e perceber tudo que não está certo, e o mais difícil, fazer mudanças para que tudo se endireite.

O autocuidado pode estar no ato de aceitar aquele convite para um projeto que te encanta, mas te desafia e te deixa inseguro. Está naquele momento em que você decide que você merece ser a pessoa que você sonha em ser e toma o primeiro passo. O autocuidado também está presente quando você decide se perdoar, aceitar suas dores, seus defeitos e suas qualidades. Não me entendam mal! Autocuidado é sim assistir aquela série que te deixa feliz, ter aquela sessão fofoca com as amigas, fazer aqueles minutinhos de meditação antes de começar o dia. Tudo que te faz bem e te traz benefícios (sejam eles imediatos ou não) é autocuidado. E sim, skincare também é autocuidado!

Mas as vezes, chega a hora de desligar o chuveiro, lavar a taça suja de vinho e fazer aquele trabalho que você deixou para amanhã. Sem aquela visão também deturpada do “get shit done” ou “trabalhe enquanto eles dormem”, mas sim fazer o que você deve fazer porquê você se ama e merece o sucesso. Autocuidado também é simplesmente dormir quando você está exausto, mesmo que isso signifique que hoje não vai conseguir fazer sua rotina de skincare de 30 passos. Autocuidado é saber seus limites, ou melhor, descobrir seus limites. É se descobrir.

Aqui na editoria de lifestyle da Frenezi, a ideia não é falar sobre estilo de vida de uma forma idealizada, por pura estética. É ajudar você, caro leitor, a ser sua melhor versão seja lá qual ela for, é trazer informações e reflexões com muito humor e leveza, é falar da vida como ela é. E que comece a frenezia!